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Ex-Sedentário - José Guimarães

A motivação também se treina!

Ter | 16.12.14

Há trail em Albufeira

José Guimarães
Todos nós que corremos (e os que ainda não correm é bom que se preparem) temos umas provas que gostamos mais do que outras. São aquelas corridas que, por algum motivo, guardamos com um sentimento especial. Neste último fim de semana fui fazer pela primeira vez uma prova dessas, no Algarve. Fui experimentar trilhos com potencial no INATEL Albufeira Night Trail. E fiquei contente com a experiência, porque finalmente corri (oficialmente) no sul do nosso país e porque tive oportunidade de o fazer com distinção: a organização honrou-me com a atribuição do dorsal nrº 1. Por estas razões e muitas mais, voltei para casa com vontade de repetir toda a experiência novamente. Já há muito que me perguntava porque razão nunca se realizam provas de atletismo no Algarve. Neste caso concreto, provas desta modalidade que tanto me apaixona: o trail running. Já aconteceram excepções, com certeza que sim. Mas quando vemos que a maior parte das provas são realizadas a norte do rio Tejo, percebemos que as restantes - infelizmente - não passam disso mesmo: excepções. Mas então, porque é que a distribuição geográfica não é só um pouco mais homogénea. É certo que o sul de Portugal não tem tantas condições (leia-se: desnível) como o norte. É certo que a paisagem é diferente, mais plana, talvez mais inóspita. Mas também é um facto que algumas das provas de corrida mais famosas do mundo decorrem em locais perdidos como o Vale da Morte, ou o deserto do Sahara... e não é por isso que deixam de ter cada vez mais participantes. O sul do país, tanto no Alentejo como no Algarve, têm condições fabulosas para realizar provas de trail running. O sul do país tem muitos quilómetros de trilhos, certamente com menos desnível, mas nem por isso mais fáceis e/ou menos pontuáveis para "UTMB's". Devo relembrar que uma das provas que fiz por dois anos consecutivos (por forma a pontuar para o UTMB) foi o Ultima Frontera Trail? São 100 milhas que decorrem em terras Andaluzas, passando por paisagens mais do que comparáveis com as nossas, a sul do país. O facto de não existir muito desnível numa prova, não faz com que esta seja uma experiência menor. Pessoalmente, gosto de uma prova com altimetria, mas nem por isso posso deixar de gostar de uma prova como a que o INATEL organizou este sábado em Albufeira. O percurso consistiu em 47km com um total de cerca de 680 m de desnível positivo, portanto previa-se à partida uma prova muito dada a correr e pouco a trepar. E tirando 2 ou 3 subidas curtas mais íngremes (uma delas logo à saída de Albufeira, onde os meus sapatos faziam pouco mais do que escorregar na calçada) foi isso mesmo que aconteceu. Mas uma corrida de trail não se mede só pelo desnível positivo. Mede-se pela organização em geral, pelos problemas que não existem, ou até pela forma como se resolvem as coisas a bem, quando os imprevistos acontecem. E sim, apesar de tudo eles aconteceram. Uma boa prova mede-se ainda pelo espírito de entreajuda de todos os membros de uma organização que, mais ou menos experientes, levam até ao fim a sua missão de prestar a melhor experiência de corrida possível aos seus participantes. À equipa do INATEL e da Associação Mundo Da Corrida, os meus parabéns. Estou certo que na próxima edição estarei de volta para voltar a experimentar os trilhos algarvios. Mas até lá temos o Ultra Trail do Piódão, certo? Obrigado Hugo Sá pela foto. Talvez tenha sido a primeira prova em que, além de "vestido" com o dorsal nrº 1, saí em primeiro lugar no tiro da partida.

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