Vou começar pelo fim. Às vezes há pequenas coisas que acontecem e que nos deixam a pensar. Podemos não lhes ligar, ou podemos encará-las como pequenos sinais. Provavelmente a vida já se encarregou de vos ensinar que a melhor coisa a fazer depois de cair (que será dizer, de forma simbólica, depois de falhar) é levantarmo-nos e seguir em frente. Podemos, então, encarar uma queda como isso mesmo - uma simples queda - ou podemos encará-la como algo mais: um acontecimento que nos diz de forma subtil que ainda temos muito que aprender. Hoje é domingo. E como estava bom tempo fui experimentar a minha nova bicicleta. A bicicleta que me vai levar a pedalar os 180km daquele que vai ser o meu primeiro Ironman, dia 20 de agosto de 2017. Para quem não sabe, um Ironman é uma prova que engloba 3 modalidades: natação (4 km), ciclismo (180 km) e corrida (42 km). Como se uma modalidade não fosse já dificuldade suficiente. Depois do treino num trajeto habital de pouco mais de 60 divertidos quilómetros e depois de uma conversa com o João (bom companheiro destas pedaladas), já à porta de casa, sobre treinos, natação, corridas e afins, meti o pé certo no pedal errado da bicicleta e caí... sim, parado, mas caí. Foi a primeira saída nesta bicicleta e já a estreei com uma queda. Caí e, depois de me levantar, de avaliar os danos e de rogar pragas a tudo o que se mexesse, percebi que não tinha acontecido nada de mais, além de um ego ferido e de uma aprendizagem à força. Foi a falta de atenção ao que fazia que originou esta queda. Foi, como disse umas linhas atrás, ter colocado o pé certo no pedal errado. Tudo tem uma técnica e uma forma correta de se fazer. E quando não a cumprimos, falhamos. E lá está. Quando se falha, o que é que há a fazer? Falhar (neste caso, cair) é uma questão de perspectiva. Falhar faz parte do crescimento de um indivíduo. E basta pensarmos um bocado para perceber que só não falha quem não tenta. Só não falha quem não vai ao encontro daquilo que mais deseja. Se virmos bem, a história mundial está cheia de indivíduos famosos que falharam muitas vezes ao longo das suas vidas. E não foi por isso que deixaram de ter sucesso. O facto é que as lições mais importantes nas nossas vidas são aprendidas com os erros que cometemos e os contratempos que enfrentamos. E assim sendo, aqui ficam 10 lições que podemos aprender quando falhamos... e com todas as quedas que damos nas nossas vidas:
1. Falhar desenvolve o caráter
Há uma lição para aprender com quase tudo, inclusive os nossos erros. Talvez o maior benefício que podemos tirar deles é a força. Pensem numa vida perfeita em que poderíamos ter todas as coisas sem grande esforço. Que tipo de pessoas seríamos? A verdade é que falhar ensina-nos mais sobre nós próprios e sobre o nosso caráter do que qualquer tipo de sucesso que possamos ter.
2. Falhar cria oportunidades
Quantas vezes na vida é que falharam em algo e com isso descobriram outras oportunidades? Talvez tenham descoberto uma relação nova, ou um emprego novo. Independentemente do que foi a vossa "falha", a beleza do que veio depois foi um resultado muito melhor, certo?
3. Falhar é uma grande escola
Falhar é uma forma de nos mostrar quais são as nossas forças e fraquezas, bem como de nos motivar para as corrigir. Em qualquer área da vida, falhar é a principal força para o sucesso.
4. Falhar incita à coragem
A maior parte das pessoas tem medo de falhar. Muitos de nós não avançam para a ação e preferem manter-se como estão, numa segurança... aparente. Afinal, todos nós temos responsabilidades e temos pessoas que dependem de nós. Resumindo, temos que ter coragem para falhar. Tenhamos antecipado ou não a falha ou o erro, temos que exigir mais de nós se queremos ir um pouco mais além.
5. Falhar ensina-nos a perseverança
Quando falhamos é fácil desistir. Pensamos "para quê?". É preciso coragem e determinação para nos mantermos no nosso caminho. J.K. Rowling, a autora do sucesso Harry Potter, recebeu inúmeras rejeições ao seu trabalho, antes de encontrar uma editora que aceitasse aquele que veio a ser um dos maiores sucessos literários de sempre. Wow!!!
6. Falhar aguça a criatividade
Se a necessidade é a mãe das invenções, o erro é o pai. Nada aguça mais a criatividade do que falhar. Artistas e criadores de todos os tipos sabem que, se alguma coisa não resulta, têm que apelar ao seu reservatório de talento e criar algo realmente único.
7. Falhar requisita motivação extra
Winston Churchill disse que "o sucesso é a nossa capacidade de ir de erro em erro, sem perder o entusiasmo". As pessoas mais bem sucedidas são aquelas que não desistem, que encontram a motivação e continuam a acreditar nelas próprias.
8. Falhar é aceitável
Aceitar um erro pode ser difícil e algo embaraçoso. Mas lembrem-se que falhar é aceitável... a falta de esforço é que não é. Podemos aceitar falhar, mas não devemos aceitar não tentar.
9. Falhar encoraja explorar
Não há razão nenhuma para não seguirem o que vos diz o coração. Não há razão nenhuma para não explorarem aquilo que vos faz vibrar. Portanto experimentem. Explorem. E não deixem que nada, principalmente os erros no caminho, vos travem nessa aventura.
10. Falhar ensina a resiliência
Ao mesmo tempo que nos ensina a sermos melhores pessoas, falhar também nos ensina a ser resilientes. Através do desconforto e da incerteza, vamos com certeza saber encarar os desafios tal e qual eles são. A resiliência é algo necessário para qualquer pessoa bem sucedida e não há melhor ensinamento para a resiliência do que falhar. Sim, revivi isto tudo em segundos, hoje, depois de cair e de me levantar. A vida continua, o objetivo está lá para ser atingido. Agora com um pouco mais de atenção ;) Já falharam? Querem partilhar as vossas experiências? Façam-no nos comentários nesta página.