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Ex-Sedentário - José Guimarães

A motivação também se treina!

Qui | 30.08.12

Ultra objetivos

José Guimarães

antonio-nascimento-ultraman

O meu amigo Luís Santos publicou ontem um artigo no seu blog que fala sobre as ultra competições que estão prestes a iniciar e sobre alguns ultra atletas que nelas participam. Logo ontem, o dia em que o meu recente mas grande amigo, grande treinador e acima de tudo grande Ser humano que é o António Nascimento partiu para o País de Gales, para participar no Ultraman, uma das provas mais difíceis que já tive conhecimento: o objetivo é fazer uma espécie de triatlo de 3 dias, no qual os 35 atletas convidados (a participação é feita por aceitação da organização) vão ter que percorrer 10 km de natação, 420,6 km de ciclismo e 84,3 km de corrida.

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Também fala no artigo de outra ultra prova que tem início amanhã: o UTMB - Ultra Trail do Mont Blanc, prova de trail running em que os mais de 2.000 participantes (com alguns portugueses, como o nosso bem conhecido Carlos Sá) vão percorrer 166 km em paisagens tão belas quanto duras, com mais de 9.400 m de desnível acumulado. A todos estes ultra atletas, aqui mencionados ou não, deixo a minha admiração e o meu grande respeito pelo trabalho que têm feito, pelas pessoas que se tornaram e pela motivação que passam para todos os que, como eu, os acompanham, vibram e aprendem com os seus exemplos.

 

O antes e o agora...

Todos estes atletas atravessaram certamente aquela fase de, um dia, terem que decidir o que querem fazer da vida, do desporto, enfim, de ambos. Independentemente dos seus passados, sem dúvida distintos uns dos outros (recordo que o Carlos Sá há uns anos atrás pesava mais de 90 kg!), para vingarem no meio onde agora estão tiveram obrigatoriamente de se focar num factor comum. E aqui não há segredos: consiste em muito trabalho, muito esforço e dedicação, sempre com algo vista: um objectivo! Quando comecei a correr (aliás, o meu primeiro verdadeiro entusiasmo com as corridas deve-se em parte a isto que vou contar) tive sempre presente um objectivo: fazer uma maratona! Recordo-me que foi durante um evento do grande motivador, coach e meu amigo Ricardo Mendoza, que me comprometi perante um público (mais ou menos controlado) com este objectivo, custasse o que custasse. Recordo-me até de ficar um bocado receoso ao ouvir a descrição que o Ricardo fez da sua primeira maratona. Mas como só temos medo daquilo que não conhecemos meti mãos à obra: comprei um bom par de ténis, com a ajuda da amável Dª Helena (que trabalha com o marido - também ele um grande ex atleta - no café do Jamor, ao lado do Centro de Alto Rendimento), comprei uma aplicação para o smartphone e fiz-me à estrada. Passados alguns meses (4 de treino intensivo) concretizei o meu objectivo! E o sentimento que me preencheu naquele momento foi indescritível...

 

... e o futuro: "depois da trepar a primeira montanha, que mais montanhas se sobem?"

Recordo-me de terem feito esta pergunta ao João Garcia, depois deste ter sido o 10º homem a escalar as 14 montanhas do planeta com mais de 8.000 m de altitude, sem o auxílio de oxigénio artificial... por onde andará ele agora? Depois de ter feito a minha maratona, recordo-me que andei uns tempos "à deriva", sem saber o que fazer, como treinar e o que correr. Até descobrir que era no trail running que estava uma nova paixão e, quem sabe, novos horizontes. Mas podia ter sido noutra coisa qualquer. As provas sucederam-se, as distâncias aumentaram, os amigos multiplicaram-se. E chegou o dia em que tive o prazer (e a sorte) de conhecer o António Nascimento, o seu projecto e o Ser singular que ele é. Como tal, comecei a treinar com ele num dia-a-dia tão intenso quanto gratificante: treino de corrida diário, com maior volume ao fim de semana e 2 sessões de ginásio por semana, que (juro!) me deixam mais cansado e "partido" do que não sei quantas maratonas seguidas! Ah, e muita boa disposição à mistura!!! Já lá vão 4 semanas de treino e os resultados sentem-se no corpo e na mente! Como tal, e como a razão de existir deste meu site é a partilha (primeiro aprende-se, depois trabalha-se e finalmente partilha-se - o sentido da vida), deixo aqui, devidamente autorizado, o link para a nova página que publiquei hoje, com os treinos semanais que vou fazendo e tentando actualizar sempre que posso:

 

Os meus treinos

Com isto, deste ano para a frente, de forma (espero eu) continuada, há um objectivo principal a cumprir, que passa por correr melhor, de forma mais tranquila e saudável, tentar não me lesionar e assim abrir a porta a oportunidades que, de outra forma, dificilmente estariam ao meu alcance.

 

O meu próximo objetivo

Mas claro, também há novos desafios à espreita e que me tentam. Um deles é uma corrida que vai requerer uma preparação especial. Para que conste nos arquivos deste site, chama-se Última Frontera, uma aventura que se vai desenrolar ao longo de 166 km e mais de 5.000 m de desnível, já aqui ao lado na Andaluzia, Espanha. O objectivo escondido por detrás deste desafio intitula-se "conquistar tranquilamente 4 pontos para o UTMB - Ultra Trail Mont Blanc 2013" e que, a somar aos poucos que já tenho de outras provas e mais alguns (3) que tenciono conseguir em novembro no AX Trail #3 Série - Ultra Trail Aldeias do Xisto, farão de mim certamente uma pessoa mais feliz. Nota mental: se a inscrição não for possível para 2013 (em português grosseiro, são sete cães para um osso), será com certeza para 2014. E aí ficam por definir outras metas para o ano que vem. E - felizmente - há tanto por onde escolher... que tal um "Ironman", por exemplo? Seja o que for, venham os desafios, venham novos objectivos, concretos e realistas: eu estou cá para eles. Tenho dito!

Dom | 26.08.12

À saúde e à boa disposição!!!

José Guimarães
Convido-vos a todos - corredores e não corredores - a ver a foto que aqui está publicada. De seguida, convido-vos a tentar descobrir qual é o fator comum que mais sobressai na mesma... brinde-aos-trilhos-de-monsanto Não, não são as minis (embora no final houvesse para todos e nos deixassem a todos bem dispostos). Também não é o suor. E esse houve em abundância neste fim de semana recheado de corrida: primeiro foi no sábado de manhã, com o Free Training da Rota da Biodiversidade, que juntou cerca de 70 participantes, em pleno mês de férias e com o tempo mais do que bom para uma ida à praia! Depois foi no domingo, em que, não havendo este ano a corrida oficial dos Trilhos de Monsanto (com muita pena minha, que não a quis experimentar no ano passado, já que era o meu primeiro ano de corrida), um bem composto grupo de animados atletas combinou e lá se juntou para percorrer o mesmo trilho da extinta prova. Por esta altura, todos os que leram o artigo até aqui já adivinharam sobre o que eu falava ao início. Isso mesmo: os sorrisos dos fotografados :) Quando corro gosto do exercício, gosto de me sentir bem a subir, a descer, ou a direito e gosto de atingir os objectivos a que me proponho. Mas também gosto de reencontrar os amigos e as boas relações entre aqueles que usufruem mais com o espírito do que com as pernas o prazer que se sente por se fazer parte desta "família" que corre. Este fim de semana (de acordo com o meu plano de treinos) teria 20 km para fazer no sábado e outros 20 km para fazer no domingo. Fiz a distância total, embora com alguns ajustes pelo meio, os quais me obrigaram a correr um pouco mais do que o planeado no domingo. Mas não foi um fim de semana só de treinos e de suor. Foram sim dois dias particularmente recheados com espírito de grupo, amizade e muitos sorrisos (sim, como os da fotografia acima publicada). Aproveitámos para ficar a conhecer mais um pouco da nossa história e reviver outras épocas, outros momentos. Fizeram-se novas ligações e novos amigos. Pessoalmente até reencontrei um amigo perdido desde os tempos da faculdade (e já lá vão uns aninhos). Aquilo que se correu, o que cada um sentiu e que possa ter custado mais ou menos, ou até mesmo ter deixado mazelas para o dia seguinte, cada um poderá comentar e detalhar como foi e ao que lhe soube. Mas tenho a certeza que de um sentimento todos partilhamos, demonstrado tanto num aplauso de satisfação como num brinde improvisado. Esse sentimento é sinónimo, mais do que umas pernas cansadas pelos quilómetros feitos, de um espírito preenchido com muita saúde e boa disposição. É a isso, pois, que aqui se brinda! E espero que assim seja sempre. Obrigado a todos! Até à próxima oportunidade!
Ter | 14.08.12

Porque fiz um rastreio do cancro da pele

José Guimarães
Uma das coisas que gosto frequentemente de me lembrar é que, aquilo que julgamos serem os males que só acontecem aos outros, podem muito facilmente um dia bater à nossa porta. E se há coisas que não podemos evitar, outras há em que as probabilidades de nos acontecerem são inversamente proporcionais às medidas de precaução que tomamos. Um desses males é o cancro da pele. E nada melhor que um "sinal" de alerta para nos despertar para estes perigos escondidos. O mês de agosto entra amanhã na 2ª quinzena e mais do que nunca é nesta época que inevitavelmente se apanham uns escaldões. Seja porque fomos à praia e adormecemos ao sol, seja porque o vento estava mais forte, o céu nublado, pelo que até nem sentimos assim tanto o calor, ou porque fomos correr (claro está!) e o sol, esse, não perdoa - queima! Tal como já referi num post sobre o cancro da pele que escrevi há algum tempo atrás, seja por que razão for é essencial manter uma vigilância atenta aos sinais que temos na pele: qualquer sinal que pareça mudar de cor, forma ou dimensão, que sangre ou dê comichão, ou que apareça onde não havia nenhum, deverá ser examinado. Foi o que me aconteceu... e foi o que eu fiz.

Este sinal que antigamente eu não tinha

Aqui há umas semanas, numa das muitas sessões "pós-treino" de massagem nas pernas, descobri um sinal ligeiramente alto que antigamente não existia. Apareceu na parte da frente da perna, cerca de 1 palmo acima do joelho: [caption id="attachment_2030" align="alignnone" width="179"]localizacaodosinal localização do sinal[/caption] Nunca corri com creme protector solar nas pernas e, nas raras vezes em que o aplico, é na zona do pescoço e na cara, nunca nas pernas. Tal como os braços, as pernas são aquela parte do corpo que mais temos exposta quando corremos. Para mim este sinal foi o alerta suficiente. Fiz umas pesquisas na internet em busca de informações que me pudessem ser úteis e felizmente tinha na minha rede de contactos uma clínica especializada em medicina preventiva, na qual uma das especialidades recentemente trazidas para Portugal recai sobre o screening de sinais na pele que possam ser potencialmente cancerígenos.

Como se processou esta análise?

Após alguns contactos com a Lifebeat e lida a informação disponibilizada no site sobre o rastreio do cancro da pele, dirigi-me ao local para fazer a análise. Esta não passa de um rastreio rápido e simples, através de um método não invasivo chamado Dermatoscopia Digital. Seguem -se os passos:
  1. A técnica especializada faz-nos algumas perguntas para determinação de factores de risco;
  2. Depois utiliza um aparelho especial para tirar algumas fotografias ao sinal que identificámos. Este aparelho permite a captura e transmissão remota de uma série de imagens de alta resolução do sinal que, no seu conjunto facilitam a análise.
  3. As imagens obtidas são enviadas remotamente para um Médico Dermatologista que as analisa. No caso de o sinal ser considerado suspeito, seremos contactados pelo médico para encaminhamento e eventual consulta de Dermatologia.
Aqui ficam as imagens do meu sinal: [caption id="attachment_2031" align="alignnone" width="202"]sinal-imagem-macroscopica imagem macroscópica[/caption] [one_fourth] [caption id="attachment_2033" align="alignnone" width="132"]sinal-pigmentacao pigmentação[/caption] [/one_fourth] [one_fourth] [caption id="attachment_2035" align="alignnone" width="134"]sinal-pigmentacaoderme pigmentação da derme[/caption] [/one_fourth] [one_fourth] [caption id="attachment_2034" align="alignnone" width="133"]sinal-sangue sangue[/caption] [/one_fourth] [one_fourth_last] [caption id="attachment_2036" align="alignnone" width="133"]sinal-colagenio colagénio[/caption] [/one_fourth_last]

Resultado e recomendações

Ao fim de menos de uma semana, tinha a resposta da dermatologista no meu email: Resultado: sinal não suspeito Recomendações: manter a vigilância com proteção solar Os outros níveis de resultado são "sinal não suspeito, mas com elevado factor de risco" e "sinal suspeito", onde neste último caso a pessoa é encaminhada para uma consulta de dermatologia para análise completa e possível biópsia. No meu caso, não posso dizer que não andei um pouco apreensivo. Tinha no entanto a certeza que, se tivesse alguma coisa a fazer/tratar, estava nas semanas iniciais de descoberta daquele sinal, pelo que o risco seria menor. A importância recai aqui também na rapidez com que avaliamos o grau de risco de um sinal ser ou não potencialmente cancerígeno, já que um melanoma que não seja identificado nos seus primeiros dias pode rapidamente transformar-se num problema crítico, colocando a pessoa em risco de vida.

A Lifebeat e o Screen Cancer (rastreio do cancro da pele)

A clínica onde fiz a análise é a Lifebet - Centro de Diagnóstico Avançado e aposta maioritariamente (e com lógica) na medicina preventiva. O Screen Cancer é uma tecnologia avançada de rastreio de cancro da pele, e destina-se à avaliação de sinais cutâneos em homens e mulheres a partir dos 18 anos que, por auto-observação e de acordo com o método A B C D E, constituam motivo de preocupação. Ver mais informações sobre o rastreio do cancro da pele. Numa parceria com o De Sedentário a Maratonista e dirigido aos interessados em fazer o rastreio, a Lifebeat faz 20% no preço do mesmo, sendo somente necessário dirigir-se á clínica e dizer que viram este artigo no site. Lembrem-se que a prevenção pode ser a melhor cura!
Ter | 14.08.12

Vamos correr a Rota da Biodiversidade

José Guimarães
Vamos fazer o mesmo de sempre (correr) mas de forma diferente? Dia 25 Agosto vamos percorrer a Rota da Biodiversidade. Trata-se de um percurso circular com cerca de 14 km que liga o Rio Tejo ao Parque Florestal de Monsanto.

25 Agosto - 09h00

Encontro em frente ao Estádio do Restelo / Bombas da Repsol Consultem todas as informações na página do evento. Inscrições gratuitas aqui - https://www.wevent.pt/detalheEvento.action?iDEvento=153

Descrição da Rota da Biodiversidade

Ligar o Rio Tejo ao Parque Florestal de Monsanto, através da exploração da biodiversidade, esta é uma forma de convidar a ver e conhecer Lisboa com um outro olhar. Inaugurada em 2 de dezembro de 2010, a Rota da Biodiversidade associa a divulgação da riqueza natural de Lisboa, ao não menos rico património cultural e histórico da cidade, num percurso que liga as duas unidades ambientais. Ao longo de um singular percurso de 14 km, observa-se a vegetação típica dos ecossistemas mediterrâneos e atlânticos, representada nas matas, bosques e prados, mas também, a das quintas, olivais, hortas e pomares urbanos, passando pelas espécies exóticas e ornamentais de interesse científico e valor histórico. Nas horas mais tranquilas (de manhã bem cedo) a riqueza da fauna completa este cenário, tornando o percurso inesperado e fascinante. A Rota da Biodiversidade é um excelente ponto de partida que estimula a curiosidade de descobrir toda a desconhecida diversidade biológica da “mui nobre e sempre leal cidade de Lisboa”. Atreva-se!

Mapa do percurso

Rota da Biodiversidade - mapa do percurso

Características do Percurso

Piso: misto (80% alcatrão /20% terra) Distância: 14 km Retorno: sim (circular) Água: sim (em vários pi) Estacionamento: fácil no local do encontro Grau de dificuldade (1 a 5): 3,5 Altimetria: Fazer este tipo de percursos requer o conhecimento da simbologia de marcação adoptada, a qual se rege pelo regulamento da federação de campismo e montanhismo de Portugal. São apenas 4 símbolos, colocados em diversos tipos de suportes naturais e artificiais consoante as características dos locais. Em determinados pontos o uso de postes como suporte das marcações revela-se como a única solução, situando-se as mesmas, no mínimo, a 80 centímetros a contar do chão. Neste percurso em concreto nem sempre estão imediatamente visíveis, dado que em alguns sítios, por vandalismo ou pelo passar do tempo, algumas marcações são difíceis de descortinar, não comprometendo, por agora, a realização do mesmo. Nada tirar excepto fotos; nada deixar senão as pegadas; nada matar a não ser o tempo. Este evento só foi possível com a colaboração do site KMEPALAVRAS, onde poderão consultar a informação detalhada sobre a Rota da Biodiversidade.
Qui | 09.08.12

As melhores raças de cães para correr

José Guimarães
Estão aí as férias e com elas as temporadas fora de casa. Infelizmente, muita gente vê nos seus animais de estimação algum tipo de empecilho que os impede de gozar o merecido descanso sem qualquer tipo de stress ou obrigação, decidindo-se tão simplesmente pelo abandono dos seus cães ou gatos à sua própria sorte. Todos os anos são abandonados cerca de 10 mil animais de estimação em Portugal, estimando-se que o número de bichos sem dono já ultrapasse o meio milhão. Se o intuito de ter um animal de estimação é abandoná-lo mais tarde, não seria preferível nunca o ter adoptado? Se algumas pessoas olhassem, por exemplo, para o seu cão, não como um entrave mas como uma oportunidade para ter algo melhor, quem sabe esta realidade não seria mais simpática?

Como tornar o seu cão no seu parceiro de corridas?

Se está à procura de um parceiro de treinos em excelente forma física, que tem muita energia para queimar e está sempre bem disposto, não procure mais: encontre-o no seu amigo de quatro patas. "A maior parte dos cães é capaz de correr ao seu lado", afirma Eduarda Pires, do blog DogSports. "Mas tal como um ser humano, também um cão precisa de treino adequado, para trabalhar tanto os músculos como a tolerância". Enquanto as raças com um focinho mais curto (como os Boston Terriers, Puugs e Bulldogs) devem evitar exercícios longos, devido às dificuldades de respiração e sobre-aquecimento, a maior parte dos outros adoram correr - apesar de alguns o fazerem melhor em certos tipos de terrenos do que outros. Quer você esteja à procura de um parceiro para longas distâncias, um parceiro para os trails ou um corredor rápido que force o ritmo, aqui ficam 15 cães que poderão ir ao encontro das suas necessidades

Cães de longa distância

Se é aquele tipo de corredor que gosta de contabilizar quilómetros, estas raças têm a estrutura, velocidade e resistência certas para aguentar longas distâncias ao seu lado. Certifique-se somente que leva água suficiente para ambos, bem como um pequeno prato para que o cão possa beber facilmente. O fundo de uma garrafa de plástico de 1,5 Lt servirá perfeitamente.

GermanShepherdPastor Alemão

Criado originalmente para cuidar de ovelhas nos pastos, estes saudáveis cães nasceram literalmente para correr. Com pernas fortes e uma estrutura muscular, os Pastores Alemães conseguem aguentar uma passada rápida durante muito tempo. Activos naturalmente, estão sempre prontos para o exercício, apesar da sua pelagem densa os tornar mais aptos para corridas em tempo frio. A sua passada é difícil de acompanhar, suave e com ritmo e podem facilmente cobrir longos quilómetros, tornando-os grandes companheiros para corridas de 15 km ou mais.

SiberianHuskySiberian Husky

Todos os anos, centenas de Huskies terminam a dura corrida de trenó de mais de 1.900 km no território do Alaska, portanto é seguro afirmar que estes cães conseguem aguentar qualquer corrida em cenário suburbano. Obviamente, estes cães comportam-se muito bem no frio, mas os animais mais aclimatados também não se dão mal em climas mais temperados (embora aqui é muito importante mantê-los muito bem hidratados e dar-lhes descanso). Talvez a melhor parte num Husky será tê-lo como cão de companhia para correr naqueles momentos miseráveis de inverno, com tempo frio e agreste e que todos os seres humanos detestam. Considerem também os Malamutes, de aparência semelhante ao Husky e aptos para corridas longas e mais frias.

AustralianShepherdPastor Australiano

Mais um cão com pedigree, o Pastor Australiano é ágil e torna qualquer corrida uma brincadeira aparentemente sem esforço. Requerendo 2 a 3 horas de exercício físico por dia, são do tipo que nos leva a ir correr até naqueles dias em que nos arrastamos. Mais ainda, estes cães são amigos das pessoas, devotos aos seus donos e uma das raças mais fáceis de treinar. Considere também o Shetland Sheepdog. Parecido com a Lassie, são rápidos e adoram perder-se em espaços amplos.

GoldenRetrieverGolden Retriever

Tida como uma das raças mais obedientes, os Golden Retrivers adoram agradar e ficam contentes só em permanecer ao nosso lado durante uma corrida, em vez de andar a perseguir tudo o que se mexa - uma boa atitude, no caso do percurso de corrida estar cheio de gente, carros ou outros animais. As suas pernas potentes permitem-lhes acompanhar facilmente o nosso passo e têm mesmo resistência para corridas mais longas. Um bónus adicional: estes cães são tão bonitos e amistosos que nos conseguem fazer sorrir mesmo naqueles quilómetros finais mais difíceis.

RhodesianRidgebackRhodesian Ridgeback

Originários da África do Sul, foram criados para caçar ou perseguir leões até que os caçadores os pudessem capturar. A sua passada é eficiente e comprida e o seu pelo curto permite-lhe aguentar bem o calor desta época, melhor que a maior parte das outras raças. Apesar dos seus antecedentes mais rudes, esta raça é tão forte quanto doce e pode tanto pedir-lhe umas festas no sofá como um grande momento de corrida a dois. Também não necessitam de muita escovagem.

GermanShorthairedPointerGerman Shorthaired Pointer

Estes cães parecem-se mesmo com corredores. Corpo recto, membros poderosos e esguios e a mesma percentagem de gordura que um maratonista. E têm resistência para para pelo menos 1 hora de exercício diário. Se necessita de um parceiro de corridas que seja consistente, esta é a raça para si. Esta raça também aguenta bem o calor, melhor que as raças com pelo mais comprido.  

Cães todo-o-terreno ideais para o Trail Running

Se é adepto das corridas fora de estrada, estes cães serão os seus parceiros perfeitos. No entanto, se não forem treinados para ignorar a vida selvagem, mantenha-os presos com uma trela. A não ser que queira correr mais rápido, cada vez que o seu cão encontrar um esquilo no caminho.

WeimaranerWeimaraner

Esta raça tem pernas longas, esguias e cheias de energia. Raça originalmente criada na Alemanha para caça grossa, estas beldades cinzentas têm uma grande capacidade pulmonar e adaptam-se bem à vida no campo e percursos fora de estrada. Também gostam e sabem apreciar corridas em grandes distâncias. De facto, esta raça não se dá bem na limitação de um apartamento. Se o deixar muito tempo confinado, corre o risco de o deixar inquieto e deste lhe roer os seus ténis de corrida sem você dar por isso. Que tal como motivação?

VizslaVizsla

Estes cães vêm de uma linhagem húngara e foram criados como caçadores, incluindo busca de aves. Têm muita velocidade e agilidade para se adaptarem a qualquer tipo de terreno. Os Vizla são óptimos em rochas, raízes ou qualquer outro tipo de obstáculos que se encontrem no caminho, incluindo cercas. Esta raça requer muito exercício vigoroso e podem mesmo ultrapassá-lo numa corrida.

BrittanyBrittany

Originalmente chamados de Brittany Spaniel, esta raça foi criada para apontar e buscar aves na caça, em diferentes tipos de terreno, fazendo deles suficientemente fortes e adaptados para lidar com acidentes de percurso inesperados. Requerem exercício como rotina, pelo menos 1 hora por dia. Considere também o English Springer Spaniel.

BorderCollieBorder Collie

Considerados como pastores por excelência, estes cães são óptimos a mudar de velocidade e direcção de forma imediata. Criados como cães de trabalho, necessitam de um desafio diário para se manterem felizes. Dão-se bem num trilho, mas o seu pedigree tornam-nos perfeitos para corridas em campo aberto, portanto uma corrida na praia à beira mar será o que os irá deixar felizes e tranquilos. Também gostam de mergulhar na água depios do exercício.  

Amigos de patas rápidas!

Em corridas mais curtas e rápidas, estes caninos do sprint vão com certeza ajudá-lo a manter a passada. Se estiver a correr na estrada, lembre-se que o sol do verão pode aquecer em demasia o asfalto e queimar as patas do seu cão. Se não conseguir suportar o asfalto descalço, o cão também não vai conseguir. Provavelmente o seu cão também precisará de alguns dias para se habituar à superfície em que corre, portanto comece devagar. Verifique sempre se há sinais de fadiga ou feridas nas patas.

LabradorRetrieverLabrador Retriever

Tal como o nome indica, o Labrador adora retribuir. Foram originalmente criados para recuperar as redes dos pescadores na Terra Nova. Mesmo não sendo os melhores companheiros para corridas de longa distância, são óptimos para esticar a passada numa corrida de contra-relógio. Isto não significa que não possam ser treinados para o acompanhar em alguma maratona ou distâncias similares. Com a habilidade nata de conseguirem passar um dia inteiro a caçar em qualquer condição, podem certamente desenvolver essa resistência.

JackRussellTerrierJack Russell Terrier

Podem ser pequenos, mas estes cães armazenam uma enorme carga de potência nas suas pequenas patas. Normalmente os cães médios são os melhores para correr, mas o Jack Russel Terrier é a excepção. Estes requerem mais actividade que a maior parte das raças pequenas. Mas podem ser agressivos com outros cães e requerem muita atenção, disciplina e paciência dos seus donos. Considere uma boa escola ou treinador e muita firmeza da sua parte.

AmericanStaffordshireTerrierAmerican Staffordshire Terrier

Audaz, inteligente e destemido. Esta raça é tudo isto e mais: rápida! Corpulentos mas graciosos quando em acção, estes cães estão mais aptos a corridas abaixo dos 10 km, mas conseguem mudar de velocidade facilmente, tornado-os perfeitos para treinos intervalados. E ainda para mais, são focados e pouco dados a perseguir um pássaro ou outro animal durante uma corrida.

AiredaleTerrierAiredale Terrier

Este Terries de patas compridas trabalhou durante a I Guerra Mundial como guarda e cão mensageiro e foi o primeiro a ser treinado para trabalhar na polícia Alemã e Inglesa. Hoje em dia são populares como animais de estimação, entusiastas, engraçados e adoram correr e a sua pelagem mantém-nos frescos mesmo com tempo mais quente. Mantenha a sua distância de corrida abaixo dos 10 km e terá um companheiro satisfeito.

ChesapeakeBayRetrieverChesapeake Bay Retriever

Criado nas margens da baía Chesapeake, estes cães estão miuto confortáveis com a água e sentir-se-ão bem numa corrida à beira mar. No entanto, será necessário algum treino para os manter sempre a seu lado. Brincalhões, alegres e muito afectivos, requerem também pouca manutenção graças à sua pelagem curta e brilhante. Fonte: http://www.livestrong.com
Ter | 07.08.12

Como eu quase não fui ao Trail Noturno da Lagoa de Óbidos

José Guimarães
Que me desculpem a organização do UTNLO e todos os defensores desta prova. Apesar de não saberem, nos últimos tempos foram muitas as vezes que afirmei que não ia gostar de correr em Óbidos. Na verdade, depois de algumas aventuras, de ter passado por alguns azares, ou mesmo com a Troika continuar a querer contribuir negativamente para a minha poupança, necessária à participação nestas corridas de norte a sul do país (e quem sabe um dia além-fronteiras), certo é que comecei a inventar desculpas para não ir ao Ultra Trail da Lagoa de Óbidos. Ainda pensei na possibilidade de só ir fazer o trail (metade da distância), mas finalmente decidi-me por ir e atacar os 50 km... e aquilo que aparentemente seria "sempre a mesma coisa", afinal até se revelou uma prova com um gostinho tão particular quanto especial!

Há quase 1 ano nos trails

Quem me conhece sabe que eu gosto de provas com pedras, buracos, descidas a pique para voar, subidas dignas de escalador com "pés-de-gato", atravessar rios a nadar e correr com os pés molhados até ficarem cheios de bolhas (mentira!). Desde que comecei a correr fora de estrada (vai fazer dia 23 de Outubro exactamente 1 ano) que sinto frequentemente dentro de mim algo que me chama para a altitude, para o frio, para as aparentes dificuldades em ultrapassar grandes obstáculos, só porque à primeira vista parecem barreiras intransponíveis. Neste fim de semana as dificuldades foram outras, mas existiram.

Como é correr em Óbidos

Em primeiro lugar, tanto o CAOB - Clube de Atletismo de Óbidos como todos os que participaram na organização do UTNLO - Ultra Trail Noturno da Lagoa de Óbidos estão de parabéns. Para quem não conhece, esta prova consiste em correr 50 km (ou 26 km para o trail) por  trilhos em redor de Óbidos, partindo às 21 horas dentro das muralhas da vila e percorrendo locais como a Lagoa de Óbidos ou a praia. Até se poderia dizer que as vistas são magníficas (porque naquele local - de facto - são), não fosse o caso da corrida ser à noite e não dar para ver grande coisa, à excepção daquelas dezenas de metros que a luz do frontal ilumina à nossa frente. Contudo, não me vou esquecer tão cedo das sombras provocadas no vazio das arribas em cima da praia, ou mais ainda: da verdadeira "auto-estrada" em redor da lagoa, formada pelas centenas de luzes dos atletas que ainda vinham na outra margem. Afinal porque é que eu não iria gostar de correr em Óbidos? Porque esta prova aparentava ser composta por estradões e trilhos rápidos, ou seja, na minha ideia seria praticamente como correr 50 km numa estrada esburacada (parecida com o troço de estrada entre Alcácer do Sal e Grândola que corri na Ultra Maratona PRO RUNNER), com um desnível mínimo e com a mochila de hidratação a pesar nas costas. Não podia estar mais enganado. Que a prova é rápida, não há dúvida que sim! Mas se à rapidez aliarmos a alguma complexidade de alguns troços, então o resultado final só pode ser muito bom (para quem gosta destas correrias, está claro).

Em ritmo acelerado

Depois da partida simulada, cujo objectivo foi fazer os corredores percorrerem nas calmas a rua principal (medieval?) da vila da Óbidos e interagir um pouco com o olhar e comentários dos visitantes intrigados, na sua grande maioria turistas, a concentração e partida oficial fez-se às portas da vila. Quem está no meio dos outros atletas não tem noção, mas pelo que já tive oportunidade de ver em fotos e vídeos, era muito o mar de gente que partiu por volta das 21h30 rumo ao escuro. O início foi assim um pouco complicado de se fazer, devido ao muito pó levantado pelo número de atletas que corria naquela posição. Talvez por isso eu e o Luís optámos por correr e correr bem logo ao início (lembro-me dele a olhar para o relógio e a dizer que estávamos a correr a uma média de 4:30/km), aproveitando as descidas iniciais para tentarmos deixar o maior número de pessoas para trás e dessa forma podermos gerir o resto da prova ao nosso ritmo, mais tranquilo e com um ar decente para respirar. Como deu para aquecer facilmente ao início da prova, depois foi uma questão de manter o ritmo até onde foi possível. E tirando uma ou outra subida, nunca muito íngremes ou longas, a primeira zona onde não foi possível - de todo - correr foi já na fase final da lagoa, porque além dos canaviais nos taparem quase completamente a visibilidade para os pés, aquilo em que pisávamos aparecia cada vez mais mole e instável... e daqui até chegarmos ao lodo foi um instantinho. Sim, lodo! Que mais seria de esperar, nas margens de uma lagoa como esta, certo? Mas mais do que amaldiçoar a organização por estes percursos traiçoeiros, deixo os meus parabéns por algo nunca dantes experimentado: passar pelas águas amenas da lagoa, de seguida enterrar-me até às canelas no lodo malcheiroso e depois continuar a correr com pelo menos 1 kg a mais em cada pé, tem que se lhe diga. Muitos foram os tombos a que assisti e outros que ouvi falar, nas autênticas "ratoeiras" que aqui estavam escondidas. Dificuldades acrescidas? Eu chamo-lhe desafio! Dificuldades encontrei na chegada à praia. Depois de 25 km percorridos, correr na areia mais fina e fofa da praia e nas dunas e arribas, num sobe e desce que às tantas nos parece interminável, cansa... cansa muito! Parece que a cada passo que damos, nos enterramos num solo que, em vez de nos ajudar a andar para a frente parece que nos suga a potência e a energia. Os músculos aquecem até quase à exaustão, os desequilíbrios constantes e a necessidade de atenção à orientação levam a que estes 5 km pareçam uma autêntica maratona. A dificuldade acresce quando a mecânica que normalmente nos faz correr é aqui remetida para segundo plano. E vêm à tona as dificuldades sentidas devido à falta de treino complementar ao treino de corrida: treino de ginásio, de força, as séries chatas e a pliometria (disse bem?). Mas trabalha-se para isso e o que é certo é que o ginásio, apesar de ainda ser pouco, tem feito as suas diferenças. Depois desta zona e tirando a chegada ao castelo, poucos foram os momentos em que não deu para correr. Corri muito tempo sozinho, passando um ou outro atleta muito de vez em quando, cruzando-me com grupos de caminhantes de lanterna em punho e campistas que aqui e ali enchiam o ar com cheiro a petiscos e o espírito com a força das suas palavras de apoio. E muito agradeço ao Fernando Gomes, que foi a minha motivação para cerrar os dentes e não parar de correr nos momentos mais duros. Aquela t-shirt de "Instructor" com as palavras "Your workout is my warmup!" tem muito que se lhe diga amigo. Ainda ficam umas palavras para a chegada ao castelo de Óbidos, que consistia em nada mais do que uma subida às muralhas, depois uma descida para se voltar a subir até à entrada na porta lateral das muralhas. Necessário? Não sei se há coisas necessárias ou não numa prova desta natureza. Não creio que seja isso que está em causa. Quem não se lembra da chegada ao castelo de Marvão, em que depois de se subir interminavelmente até à base das muralhas, se desce interminavelmente para depois se voltar a subir numa das subidas mais íngremes que tive o prazer de fazer numa prova de trail? Se não a mais íngreme, pelo menos a mais difícil, já que foi na altura da minha lesão no joelho, em que subi praticamente apoiado só numa perna com a ajuda dos bastões, contando cada centímetro, cada metro vencido... Mais uma vez, se era necessário? Talvez não. Mas como tantas vezes digo, se numa prova destas não há um "brinde" destes, se calhar depois também não teria tanta graça.

Na dúvida, corre-se!

Mas mais uma vez ficou provado que as ideias pré-concebidas podem muitas vezes deitar muitas coisas a perder. Se tivesse deixado que as dificuldades financeiras e os reveses da vida levassem a melhor, não sei se alguma vez iria compreender o que é correr o Ultra Trail da Lagoa de Óbidos. Provavelmente ficaria com uma ideia errada sobre a prova. Não me teria divertido como me diverti. Não me teria enchido de orgulho (o Ego, sempre o Ego) por ter concluído estes 50 km em 5h16 e ter terminado em 24º lugar. E provavelmente não ficaria com "o bichinho" de voltar no próximo ano, pronto para bater marcas, vencer dificuldades e abraçar amizades, neste desafio que é em tudo uma excelente prova de trail que respeita e dignifica uma zona única do nosso Portugal.
Qua | 01.08.12

Como passar pela natureza sem deixar rasto

José Guimarães
Está aí a altura das férias! Agosto começou e, com ele, muita gente sai da cidade em busca daquele pedacinho de paz e sossego que permita "carregar as baterias" antes de regressar à rotina do dia-a-dia. Nesta demanda, aqueles que procuram umas férias mais sossegadas optam muitas vezes pelo campo, pelo turismo rural ou mesmo um parque de campismo. Há quem faça caminhadas ou quem aproveite a vida ao ar livre para exercitar o corpo de uma forma mais saudável, sem pressas e sem a poluição automóvel como companheira. Claro que a vida ao ar livre tem vantagens, mas tem a desvantagem de, por exemplo, em momentos de maiores "aflições", a logística não ajudar: pode não haver um caixote do lixo ou a casa de banho mais próxima não estar de facto nada próxima, para o campo nos parecer um pesadelo. E com a aflição, muitas vezes cometemos alguns "atentados" contra a natureza, já para não falar contra o próximo. Chamemos de "buracos de toupeira" ao que em inglês é conhecido por "catholes". São a forma mais aceitável (entre todas as outras) de nos vermos livres do nosso lixo quando estamos no meio da natureza. Se tivermos que nos ver livres de alguma casca de banana ou se tivermos de nos "aliviar" no meio do nada, devemos sempre usar um "buraco de toupeira". cathole

Como fazer um "buraco de toupeira"?

Nada mais fácil. Basta escavar um buraco no chão com cerca de 10cm a 15cm de profundidade e 10cm de largura. O buraco pode ser escavado com um utensílio próprio como uma pequena pá, com um pau ou com uma pedra, com a parte de trás do calcanhar ou até mesmo com as mãos, usando neste caso uma toalha para não magoar os dedos. Devemos guardar o resto de solo escavado ao pé do buraco, por forma a que depois seja mais fácil tapar o mesmo.

Na natureza, onde devem ser feitos os "buracos de toupeira"?

Não há propriamente um sítio apropriado, mas há regras que convém cumprir. A zona escolhida para o nosso "buraco de toupeira" deve estar a pelo menos 60m de fontes de água, locais de campismo ou caravanismo, ou zonas de passagem de pessoas. Os solos orgânicos são sempre melhores escolhas do que os solos minerais (como areia). Se estivermos numa zona de campismo, será melhor procurarmos um bom local o mais afastado possível das tendas, por forma a reduzir a concentração de buracos ao longo dos dias. E convém escolher sempre uma localização onde é pouco provável que outras pessoas vão acampar ou caminhar.

Usar os "buracos de toupeira" para... lixo humano

Não há forma de ir a uma casa de banho quando se está no meio do campo de mochila às costas. Por isso é que, nestes momentos, deve-se ser o mais ambientalmente e consciente possível. "Aliviarmo-nos" de forma imprópria pode contaminar cursos de água e colocar em perigo outras pessoas. Depois de nos aliviarmos usando o "buraco de toupeira", temos que tentar espalhar as fezes com um pau e misturá-las com o solo orgânico, por forma que o nosso próprio lixo seja decomposto de forma mais eficaz, já que os organismos no solo orgânico vão ajudar a acelerar a decomposição dos desperdícios. Devemos usar um pau de tamanho adequado, por forma a que depois possa ser enterrado dentro do buraco. Depois de tapar o buraco com terra, devemos cobrir a zona com folhas ou rochas, por forma a que não fique qualquer vestígio da nossa "obra". É muito importante que os nossos próprios desperdícios sejam eficazmente decompostos, já que contêm muitos microorganismos que podem contaminar os solos e a água à superfície. Devemos minimizar o uso do papel higiénico tanto quanto possível. E ao contrário do que se possa pensar, não se deve queimar o papel higiénico. O papel queima muito depressa e as cinzas podem facilmente voar para longe, causando focos de incêndio noutros locais. Enterrem o papel dentro do "buraco de toupeira" ou armazenem-o num saco do lixo até o poderem deitar num recipiente adequado, evitando assim que os animais selvagens o desenterrem.

Usar os "buracos de toupeira" para águas residuais

É também uma boa prática usarmos os "buracos de toupeira" para deitarmos fora os restos de água suja/contaminada, por exemplo, de lavagem da loiça. Isto evita que partículas de comida e resíduos de sabão reduzam a qualidade das águas para as outras pessoas e evita a acumulação de lixo nas zonas de acampamento. Um planeamento adequado da refeição também ajuda a minimizar os desperdícios de comida. No entanto é sempre melhor armazenar os restos de comida em vez de os enterrar num buraco, uma vez que os alimentos atraem animais selvagens e insectos. Lembrem-se também de usar sabão biodegradável para as limpezas.

Lavar sempre as mãos

Com isto tudo, não nos devemos nunca esquecer de lavar as mãos. O melhor é levar sempre uma garrafa de água para usar depois, ou usar um desinfectante à base de álcool para limpar as mãos e eliminar os germes. Nota: Alguns locais têm placas com indicações específicas sobre lixo e desperdícios humanos. Sigam as regras locais estabelecidas e sejam conscientes.   Fonte: Backcountry Attitude