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Ex-Sedentário - José Guimarães

A motivação também se treina!

Dom | 30.09.12

Correr é bom... porque sim!

José Guimarães
Cada um sabe porque razão corre. Uns correm para perder peso, outros para manter a forma física, outros ainda para conquistar metas e objetivos. Eu sei porque corro: por isto tudo e algo mais! Um dia meti-me a experimentar a passada em ritmo mais acelerado e ainda hoje cá continuo. E espero continuar por muitos mais anos, como alguns (bons) exemplos de longevidade que conheço neste mundo da corrida. No fundo, correr proporciona-me não só bons momentos com os outros mas, principalmente, comigo próprio. Tal como aconteceu no dia de hoje.

O treino da manhã na Serra de Sintra

Há alguns meses (sim, meses) que não ia correr para a Serra de Sintra. Hoje, a uma semana do Grande Trail da Serra d'Arga (fará no dia 7 de Outubro 1 ano que experimentei lá pela primeira vez a sensação de correr fora de estrada) e depois de cerca de 1 mês e meio a treinar com o António Nascimento e a Meire da Hand2Hand, achei por bem ir sujar os conservadinhos Raptor e voltar a experimentar as subidas e descidas da serra. Fui experimentar parte do percurso que fizemos no Mega Free Trail Running da Serra de Sintra, em Abril, colei-me a alguma malta do BTT que por lá andava e a uns trilhos novos que por lá apareceram marcados de fresco. Fui experimentar e divertir-me, porque é assim que gosto de praticar este desporto. Fui assistir ao nascer do sol (antes assisti ao pôr de uma das luas mais magníficas que já tive oportunidade de ver por aquelas paragens), descobrir "fotografias" novas e locais diferentes, alguns como que tirados de um filme. Porque a sensação que procuro é mesmo essa: a de me sentir novo não só por fora, mas principalmente por dentro! É esta a minha motivação. Ver fotos do Treino da manhã na Serra de Sintra (Facebook)

Apoiar a Meia Maratona Vasco da Gama

Bater palmas, bater muitas palmas. Depois de um treino de aproximadamente 30 km na Serra de Sintra, ainda cheguei a Lisboa a tempo de agarrar na Inês e de irmos até Sta. Apolónia bater palmas e gritar "FORÇA!!!" aos atletas da Meia Maratona da Vasco da Gama. E se por um lado a minha motivação para praticar exercício e correr tem a ver com o estar no meio da natureza, a "tal" comunhão, a maior parte das vezes praticada sozinho, também tem muito a ver com acompanhar e me fazer acompanhar das pessoas que me fazem sentir bem neste meio. E são quase todas! Conhecidos mas também desconhecidos. Porque não eram só os conhecidos que à passagem pelo ponto onde estávamos nos agradeciam. Também os desconhecidos nos brindavam com um obrigado, um sorriso, um comentário bem humorado, apesar do cansaço naquela fase quase final do percurso. Aproveito para agradecer ao senhor que passou por mim e me gritou "SOU FÃ!!!" Não sei quem era, mas se está a ler isto diga-me quem é! Isto é muita energia positiva. De nós, espetadores, para eles, atletas, mas também deles para nós. É bonita a sensação. E revigorante! E que vontade dava de os acompanhar a todos até ao fim. Lá está, o vício...

E por falar no vício de correr...

E por falar em vício, os media deste fim de semana focaram toda a sua atenção na corrida, no prazer de correr e de adoptar esta postura ativa na vida do dia-a-dia, praticando exercício físico. Do Expresso ao Diário de Notícias - Notícias Magazine (sei lá se em mais meios), todos são peremptórios: correr é bom, é viciante e há cada vez mais gente a fazê-lo. Tal como referi ao início, a razão pela qual o fazem é de cada um. Mas é inegável e aditiva a energia com que nos sentimos depois de experimentar correr. Mesmo que seja pela primeira vez. Eu tive a honra de poder partilhar o meu recente percurso através da entrevista dada ao Notícias Magazine, porque para mim faz sentido partilhá-lo. Porque um dia encontrei algo que gosto de fazer; depois aprendi a fazê-lo melhor; finalmente, para que todos possam saber o bom que é e o bem que faz, partilho-o sempre que posso. Esta partilha é o meu encontrado sentido da vida. Encontro-a no que faço e encontro-a também nos outros e nas histórias que se ouvem, que me contam, que se partilham. É contagiante! Faz-me querer encontrar cada vez mais novos horizontes para mim mesmo e para todas as coisas que gosto de fazer.

E com vocês, como foi?

O que é que cada um de vocês ganhou com a corrida e como é que isso ajudou de alguma forma a melhorar o vosso estilo de vida? Convido-vos a todos a comentar este post e a partilhar as vossas experiências, para que outros também se possam sentir motivados convosco e experimentar calçar os ténis... e quem sabe não mais parar.
Ter | 25.09.12

Entre treinos e trabalho, vamos correndo

José Guimarães
Este vai ser um post daqueles fáceis de ler. Não porque não tenha nada sobre o que escrever. Pelo contrário. Atualmente o tempo até escasseia para tudo o que tem aparecido para fazer (e tudo aquilo que, inevitavelmente, fica por fazer). E exactamente por isso, não tenho hoje o tempo que gostaria para detalhar os acontecimentos mais recentes, os treinos e as provas que agora recomeçaram. Tentarei resumir um pouco de cada.

Os treinos

Treinar é "fácil". O pior é mesmo arranjar tempo para treinar de forma decente, já para não dizer, correta. Felizmente tem acontecido. E é importante que, entre as outras correrias do dia-a-dia, eu consiga encontrar esse espaço que necessito para treinar. Principalmente agora que, como podem ver, o volume dos treinos aumenta, sempre com vista ao meu objetivo (puf, puf!!!) do final do mês de Outubro. E porque desde que "esta coisa" da corrida se apoderou de mim, do meu corpo, da minha mente, que não me é possível passar sem correr, por muito pouco que seja. Falo algumas vezes com amigos e desconhecidos (que acabam também por se tornarem amigos) sobre isso e é inegável o facto que, ou se gosta muito de correr, ou não se gosta mesmo nada. Mas mesmo aqueles que não gostam mesmo nada, admiram o facto de alguém calçar um par de ténis e lançar-se a correr meia hora, 10 km ou mais. Só para treinar. Só porque sabe bem. Só porque apetece. Experimentem. Sintam-se tentados...

Urban Night Race, em Lisboa

lisboa-urban-night-raceE porque apeteceu, na noite de 22 para 23 de Setembro, mais de 3.000 pessoas participaram na primeira edição da Lisboa Urban Night Race, percorrendo as ruas dos bairros mais típicos de Lisboa, fosse a correr ou a caminhar. Desde o Campo das Cebolas à Bica, Bairro Alto, Castelo, Alfama e Mouraria, muitas foram as subidas e as descidas, as rampas e as escadarias. E muita foi também a curiosidade e o entusiasmo das pessoas que se cruzavam com a prova. Desta vez não participei. Estive a acompanhar a prova do outro lado, dando uma ajuda à organização e apoiando os participantes. E tive o prazer de acompanhar, não os mais rápidos, mas os mais lentos. Aqueles que, entre suores e sorrisos, nos dão uma lição no simples ato de chegar à meta, conseguindo mais do que uma vitória, talvez o início de algo maior. Talvez o início de novos desafios, novos e maiores objetivos. Talvez uma motivação acrescida para fazer desta atividade "estranha" que é correr, um primeiro passo na adoção de um novo estilo de vida, abandonando o sedentarismo em prol de um dia-a-dia recheado de actividade física. A Urban Night Race seguirá agora de armas e bagagens para a cidade do Porto e também Coimbra, onde espero que tenha tanto sucesso quanto o que teve em Lisboa e que faça com que mais pessoas se sintam tentadas a experimentar correr.

As más notícias sobre exercício físico

Diário Digital: Metade dos portugueses não pratica actividades físicasHoje li uma notícia que dizia que metade dos portugueses não pratica atividades físicas. Como é possível? Ainda outro dia num post eu estabelecia um paralelismo entre a alta taxa de desemprego e a quantidade de pessoas que se vêem hoje em dia na rua a praticar exercício físico, seja a caminhar, a correr ou a fazer ginástica num daqueles inúmeros equipamentos que se podem ver plantados como árvores em parques e jardins. E praticamente sem exceção, todas as pessoas com quem falo sobre corrida e treinos, ou dizem que "fazem qualquer coisa" ou que "querem começar a fazer exercício", seja porque gostavam de participar numa prova ou de perder aqueles quilinhos a mais. Ora como é possível que mais de metade da população não pratique exercício físico, quando a vontade que eu vejo espalhada por aí é tanta? Tenho que concluir que, ou ainda não estão a fazer nada, ou então o problema é outro. E de facto pode bem ser. É referido na notícia que, apesar de cada vez mais os especialistas defenderem a prescrição de exercício físico como forma de prevenir ou tratar várias patologias, ainda não é muito recorrente a recomendação de exercício físico por parte dos médicos de família. E não é porque não acreditem nos seus benefícios para certos casos. Mas porque geralmente estes profissionais não possuem conhecimentos nesta área, ou seja, não sabem que tipos de exercício físico são os mais adequados a cada caso. Creio que, quanto a isto, a solução seria simples: talvez propôr outras áreas de formação para os médicos, ou a possibilidade dos especialistas trabalharem a par com os profissionais de saúde. Faço acompanhar esta minha opinião dos últimos números, nada tranquilizantes: 49,5% dos adultos têm excesso de peso ou obesidade, dois milhões são hipertensos e, aproximadamente, um milhão são diabéticos. Nada bom...

O que leva afinal as pessoas a correr?

Cocó na fralda: Run Troubles AwayPosso encontrar tantas respostas lógicas e factuais que acabo por não chegar a uma só conclusão. Talvez possa responder tentando perceber porque é que há pessoas que não correm, ou porque é que há pessoas que não praticam exercício físico. Talvez se tenham esquecido na sua idade adulta como se corre, tal como se esqueceram como é saudável ser um pouco criança, como é bom sujar-se e andar à chuva (e molhar-se!) e como é bom rir à gargalhada. Da parte que me toca, vou continuar a correr e a tentar contagiar outros para, se o quiserem fazer, experimentarem também. E assim aos poucos vamo-nos encontrando, que nem almas gémeas. E quem sabe? Pode ser que gostem e vão ficando...
Seg | 17.09.12

Uma "caminhada" diferente

José Guimarães
Cerca de 3 quilómetros separam a Praça José Fontana (perto do Saldanha) da Praça de Espanha. Foi esta a distância que percorri no último sábado, dia 15 de Setembro, ao longo de uma caminhada diferente, em marcha lenta. Propositadamente muito lenta, para que, desta forma, se conseguisse demorar o tempo suficiente para que as muitas milhares de vozes que caminhavam juntas se fizessem ouvir em uníssono. Para conseguirem assim elevar o seu protesto contra "algo" que ninguém pode adivinhar como vai terminar. Entre velhos e novos, eu fui mais um, talvez porque um bocado de mim precisou também de dizer que alguma coisa não está bem neste dia-a-dia, em que muitos vão tentando sobreviver, um dia de cada vez, ora meio a andar, ora meio a correr. que-se-lixe-a-troika-01 Talvez a maior parte das pessoas que me acompanha ainda não saiba, mas o De Sedentário a Maratonista... perdão, o José Guimarães (a pessoa que, por acaso, há uns tempos era sedentário e agora corre ultra-maratonas) está desempregado. Não é uma situação recente. Aliás, já dura há quase 2 anos. E em parte, esta situação de desemprego foi a ocorrência que me deixou com demasiado tempo em mãos e à procura de um novo rumo para dar à vida. Confesso isto, não porque quero que sintam pena de mim, mas porque este é, afinal de contas, um "cantinho" de partilha. E porque, entre acontecimentos felizes e contrariedades, gosto que me conheçam tal como sou. Actualmente (ainda) sou um daqueles tais quase 16% que em Portugal não consegue arranjar emprego por conta doutrem. No entanto, trabalho para algumas provas que quero concluir com sucesso. Dessas de correr e das outras do trabalho. Assim sendo, faço uns biscates aqui e ali e dedico-me à minha actividade como "freelancer", chamam-lhe uns... precaridade, chamam-lhe outros. Tem dado para sobreviver, mas falta-lhe algo.

A minha corrida

Desde que alguns factos recentes ocorreram na minha vida e que me senti a dar um "trambolhão", que tenho estado mais ligado ao que me faz feliz. Essencialmente coisas simples. Recordo-me que, quando era pequenino gostava de nadar, gostava da vela e da canoagem. Recordo-me da minha Esmaltina (de ferro, pesadona) e de algumas aventuras, pedaladas no meio dos pinheiros do Jamor. Recordo-me com saudade, porque muitos anos se passaram e muita coisa se "diluiu" nos quilos de tempo que se foram acumulando no meu corpo. Mas não se perdeu a vontade, fruto daquela vozinha que das nossas entranhas nos diz que gostamos mais DISTO ou DAQUILO! Felizmente que algo em mim despertou e me fez um dia (com mau tempo, por sinal, dia de contrariedade) dar-me ao trabalho de calçar um par de ténis e experimentar uns passinhos mais acelerados na praia de Carcavelos... Cansei-me como nunca! Mas foi o início de tudo. [caption id="attachment_2104" align="alignnone" width="300"]praia-de-carcavelos Praia de Carcavelos: estava assim o dia em que experimentei correr pela primeira vez[/caption] Alguma coisa mudou nos dias de hoje. A metamorfose tornou-se visível. Por fora, mas também por dentro. Faço muita meditação enquanto percorro quilómetros no asfalto, nos trilhos ou no cimo de alguma montanha deste nosso (apesar de tudo) bonito país. Sim, medito muito enquanto corro. Como nunca consegui meditar ao estilo dos praticantes de Yoga, encontrei no acto de correr um estado de espírito que naturalmente me "desliga" do mundo dos vivos, faz-me "voar até lá acima" (ou cá bem para dentro) e depois traz-me de volta, quase sempre mais lúcido. Nesses momentos aproveito para pensar como me sinto, na fase que atravesso e onde quero chegar.

A crise...

O presente não é uma fase simples. A falta de recursos faz com que não possa fazer algumas das coisas que me dão gozo fazer na vida, uma das quais é participar numa data de provas, daquelas em que podemos rever os amigos, conviver e sorrir, enquanto se transpira de realização pessoal. E calculo que não esteja sozinho. Basta ver a frequência com que me cruzo durante o dia com pessoas de todas as idades a correr, a andar de bicicleta ou a caminhar, seja onde for: passeios marítimos, jardins, cada vez mais em horários que, regra geral, seriam dedicados ao trabalho. Por um lado assiste-se a um crescente número de pessoas a praticar exercício físico, de novos a mais velhos, o que é bom. Mas por outro lado, ao fazerem-no em horários que há uns anos atrás não se via, quer-me parecer que algo mudou. E em que será que pensam enquanto correm?

Objectivos e finalidades

Se por um lado acredito que se há pessoas com falta de recursos e com limitações a mais, impostas por outros que - supostamente - nos governam, também assisto ao aparecimento de casos de sucesso como não se viam há uns tempos atrás. Casos muitas vezes pequenos, mas de criatividade e imaginação enormes aplicadas à prática. Casos de empreendedorismo capazes de proporcionar algum valor aos outros e de gerar algum retorno. São casos de pessoas que pensaram em construir algo e meteram mãos à obra. Aproveitando o paralelismo que não me canso de fazer entre treinar para as corridas e a forma como se constrói algo, volto a tocar na importância do estabelecimento de objectivos e finalidades como forma de empreender em qualquer área da nossa vida. Muitas pessoas que querem começar a correr estabelecem algum objectivo: seja perder peso, deixar de fumar, correr 10 minutos ou 10 km, uma meia-maratona ou uma maratona. E na vida, tal como na corrida, ter objectivos claros e realistas pode ajudar-nos a atravessar o mar de contrariedades em que nos encontramos actualmente, ajudando-nos a estar motivados e concentrados naquilo que mais desejamos.

O que fazer? Como começar?

Desafio-vos a não esperar pelas resoluções do ano novo e a colocar agora numa folha de papel alguns dos objectivos que mais desejam alcançar. Para facilitar, coloquem-nos em formato de lista (bullets) e, para cada um, coloquem por baixo as acções concretas que necessitam de fazer para alcançar determinado objectivo. Por exemplo:
  • Objectivo: Ter tempo para caminhar mais
    • Acção #1: Ligar menos a televisão em casa
    • Acção #2: Combinar com um amigo uma caminhada
    • Acção #3: "Gostei?" Voltar a combinar e fixar no calendário um ou mais dias para repetir a acção.
  • Objectivo: Correr uma maratona
    • Acção #1: Estabelecer um plano de treinos
    • Acção #2: Se necessário, comprar o equipamento adequado
    • Acção #3: Treinar de forma disciplinada. Se necessário, procurar companhia de amigos, clubes ou outros corredores mais experientes.
    • Acção #4: Escolher uma prova e inscrever-se... vai ver como a motivação aumenta!

O que quero dizer com tudo isto?

Com isto quero deixar claro que, se por um lado é importante manifestar a nossa insatisfação pelo estado em que, quem nos governa, nos está a deixar desgovernados, por outro lado é igualmente importante que lutemos contra as contrariedades e que sejamos capazes de agir em prol daquilo que mais desejamos para nós próprios. Por vezes custa... e hoje custa mais do que ontem... e quer-me parecer que amanhã ainda irá custar mais do que hoje. Mas é importante ter consciência que muito do que queremos obter pode estar ao nosso alcance, sempre à custa de trabalho disciplinado e (acima de tudo) muito focado. Tal como num treino para uma maratona, em que ninguém espera contrair uma lesão, elas mesmo assim acontecem e, na maior parte dos casos, de repente e sem aviso prévio. Perante tais cenários, a necessidade de re-estabelecer os objectivos e de adaptar as acções tendo em conta a meta final é ainda maior, tal como ter a força de vontade para não desistir, para arregaçar as mangas e ir à luta! Manifestarmo-nos por algo em que não acreditamos já é sinónimo de acção. Dizermos "quero correr uma maratona" também é! E o primeiro "passo" está assim dado. Vamos ao resto! um-dia-ponho-fim-a-austeridade Mais fotos da manifestação aqui. Crédito fotos: José Guimarães    
Seg | 10.09.12

O regresso às “aulas” e os treinos

José Guimarães
Agosto terminou e com setembro voltaram os clientes, os fornecedores, o telefone a tocar a toda a hora e, para quem tem, os filhos e as aulas. E conseguir conciliar estas tarefas com os treinos (no meu caso particular cada vez mais longos) não é tarefa fácil. Muitas vezes dou comigo a trabalhar até às 2 horas da madrugada (eu que gosto do lema "deitar cedo e cedo erguer), o que implica não conseguir acordar às 6 horas da manhã seguinte em condições para ir treinar. Afinal de contas, quem é que consegue dormir 4 ou 5 horas por noite e ainda ter forças para correr de manhã cedo? E depois, como o trabalho se arrasta muitas vezes até tarde, encontrar o espaço de tempo necessário durante o dia para encaixar 2 horas de corrida ou de ginásio torna-se praticamente impossível. E depois do ritmo da semana, em vez de acalmarmos no fim de semana, não... com o início do mês de setembro recomeçou também a época das corridas (e em força) e os fins de semana são novamente a oportunidade que temos de correr como se não houvesse amanhã! Foi o que aconteceu este fim de semana. mom-running

A primeira semana de setembro

Esta semana foi dura. Felizmente em termos de trabalho correu bem. O pior foram os treinos. Inevitavelmente saíram sacrificados. O registo na página dos meus treinos mostra que até tinha menor carga para fazer esta semana. Em parte foi a minha sorte, já que hoje em dia já corro facilmente 10 km em menos de 50 minutos e, para isso, até consigo espaço ali algures durante o dia. Mas é de facto difícil. E como à falta de tempo se junta também a falta de dinheiro, temos que aproveitar o melhor que se faz na nossa terra para treinar. No caso particular deste fim de semana, aproveitei duas corridas de aproximadamente 10 km cada para treinar. A primeira foi a corrida ERP Green Run Cascais, no sábado de manhã e, no domingo, a corrida do Avante, com pouco mais de 11 km partilhados por mais de 2.500 pessoas. Foram duas boas corridas que serviram para treinar pouco volume mas de forma intensa. Sei de outros amigos que andaram por outras andanças, por outras localidades, por outras "rampas". Mas todos estamos de volta e é bom ver tanta actividade novamente. Esta semana que agora começa volto a aumentar o volume nos treinos... a ver vamos como corre.

Como fazer para juntar treinos e trabalho (ou aulas)?

Esta decisão de correr regularmente tem - de facto - impacto noutras áreas da nossa vida. Talvez cheguemos à conclusão que precisamos fazer algumas alterações no nosso estilo de vida e ter que afectar alguns dos nossos hábitos de formas que não esperávamos fazer ao início. Mas fazê-lo com o objectivo de manter os treinos de forma sã só vai aumentar o nosso bem estar geral e quaisquer adequações que fizermos ao nosso estilo de vida serão para o melhor. Por exemplo, podemo-nos tornar mais conscientes acerca do que comemos e dos efeitos que isso tem no corpo. Podemo-nos sentir tentados a experimentar outros tipos de exercício - mesmo que signifique apenas estarmos mais dispostos a correr para apanhar o autocarro ou o comboio - ou podemos querer corrigir "maus" hábitos, como fumar ou beber demasiado. À medida que correr se torna parte da nossa vida, temos mais consciência acerca da nossa saúde e forma física, o que levará naturalmente a pequenas alterações no nosso estilo de vida.

Elaborar um plano de treinos

Agora é tempo de pensar em que dias e horas vão correr, até onde ir e o que precisam de fazer para o conseguir. É útil identificar e estabelecer períodos, o maior número possível de vezes por semana que vão dedicar a correr, para que tenham um horário e possam planear antecipadamente as sessões. Encontrar períodos que convenham depende de vários factores, como quando estão a trabalhar, a cuidar da família ou envolvidos noutros compromissos de longa data. Chegar a um horário estabelecido pode ser um desafio por si só. No entanto, o pré-planeamento vale muito a pena, pois vai permitir serem disciplinados, o que garantirá que atribuíram à corrida o tempo que é necessário. Não se esqueçam de que correr pode, até certo ponto, ser encaixado nos planos já existentes. Têm algum tempo livre de manhã, antes de ir para o trabalho, na hora do almoço, ou à noite? Se são principiantes é melhor não correr por longos períodos de tempo, portanto, corridas curtas de 20, 30 ou 40 minutos podem ser tudo o que precisam. Joguem o mais possível com o horário para encontrar os melhores espaços de tempo. Quando já tiverem decidido quando vão correr, avisem os outros, ou pelo menos a família, para que saibam que não estarão disponíveis durante esses períodos.

Preparação mental

A automotivação e disciplina são essenciais, talvez especialmente nos primeiros dias. É provável que no início o progresso seja lento e existirão alturas em que se sentirão desapontados e frustrados por não conseguirem correr o suficiente sem se sentirem cansados. Vão até existir dias em que vos apetecerá desistir e ver televisão. Não desanimem!!! Quando aumentarem a resistência e energia, correr vai tornar-se mais fácil: vão conseguir correr por mais tempo, cobrir maiores distâncias e conquistar um ritmo mais rápido. Eventualmente conseguirão acompanhar corredores mais experientes, em vez de ficar para trás. O truque é não esperar resultados instantâneos e sim permitir que o corpo melhore gradualmente. Tentem adoptar uma perspectiva positiva e ter pensamentos positivos. Quando um pensamento negativo, como "não consigo!" surgir na vossa cabeça, enxotem-no com um pensamento positivo como "é um desafio, mas sei que consigo superá-lo!". Se precisam de um incentivo extra, mantenham citações positivas na secretária ou afixadas no frigorífico, para se lembrarem que correr vos faz sentir bem e de que querem continuar a fazê-lo.