Se quisermos atingir o nosso objetivo desportivo, temos que adequar o nosso treino ao mesmo. Todos os treinos e exercícios que fazemos têm que ter um motivo para serem feitos, ou estaremos só a desperdiçar tempo e energia. Por exemplo, se quisermos atingir um nível de velocidade nas corridas que nos permita correr 10 km em pouco mais de 30 minutos, temos que treinar nessa zona. Se pretendermos queimar gordura, temos que treinar noutra zona distinta. Qualquer coisa pelo meio será um desperdício, tendo em conta um ou outro objetivos. Devemos treinar forte quando precisamos, ou devemos treinar de forma mais calma e tranquila, se for esse o caso, mas sempre com um objetivo em mente. Devemos sempre saber o que queremos extrair do nosso exercício, antes de o fazermos. Há alguns tipos de exercícios que podemos fazer para melhorarmos a nossa forma física e performance:
Aqui vamos treinar para aumentar o volume de oxigénio que conseguimos utilizar durante uma corrida, por exemplo. Devemos procurar fazer exercícios curtos mas intensos, como subir rampas ou escadarias, durante um número de séries pré-estabelecido.
2. Treino de força
Aqui iremos trabalhar com o peso do corpo (ou com auxílio de outros pesos) e vamos transformar a nossa força em força funcional. Daí este tipo de treino também se chamar de treino funcional.
3. Treino aeróbico
Este tipo de treino consiste no tal treino de corrida do dia-a-dia, ou de bicicleta, ou de natação. É o treino em que repetimos a mesma ação durante um determinado período de tempo. É onde vamos construir a nossa base aeróbica.
4. Força máxima
Estre treino é também importante, pois é o tipo de treino que nos vai permitir trabalhar a força, aumentando o rácio força/peso corporal. É um treino essencial no caso de atletas de resistência.
5. Alterações constantes de movimento
Neste tipo de treino praticamos alterações constantes nos padrões de movimento, como no ténis, boxe, ou no trail running. Ao contrário da corrida de estrada, que é um movimento repetitivo, aqui temos que estar sempre a pensar no que estamos a fazer e a alterar constantemente o tipo de movimento. Este treino vai mesmo alterar o comportamento físico do cérebro e criar novas ligações cerebrais. Há estudos que indicam que este tipo de trabalho pode mesmo prevenir certos níveis de Alzheimer. Independentemente do que façamos é importante que saibamos o que queremos fazer, para então selecionar qual o melhor tipo de treino para atingirmos os nossos objetivos. Há muitos atletas que treinam porque treinam, sem saberem o que querem atingir. Há atletas de resistência que treinam demasiado forte em dias que deveriam ser mais calmos, dias em que deveriam manter as pulsações baixas e concentrar-se em treinos que consumam gordura como energia e, em vez disso, treinam demasiado forte, desgastando-se numa zona cinzenta onde só se cansam e não trabalham para um fim específico. O oposto também é uma realidade. Para vos ajudar a saber se o que estão a fazer é adequado ou não, mantenham um registo diário dos vossos treinos e alimentação, o que vos vai permitir começar a conhecer padrões próprios, os quais vos vão ajudar a perceber melhor o que estão a fazer e se tal é adequado ou não aos vossos objetivos. Sabem os objetivos que querem atingir? Sabem se treinam de forma adequada? Mantenham-se atentos a mais dicas. Fonte: Vega
Quando recebi a encomenda da Prozis estava com a ideia de experimentar algumas coisas novas nos próximos treinos, com vista ao UTMB, dia 29 de Agosto. Estava também com a ideia de fazer uma review a uma das minhas proteínas whey preferidas e que, segundo os entendidos na matéria, parece ser uma das melhores relações preço/qualidade do mercado: a Whey da Optimum Nutrition. Isto porque já seria a segunda vez que a iria usar e os resultados parecem-me começar a aparecer. Além da proteína, encomendei outras coisas: Creatina + Beta Alanina (que dizem melhorar a performance física e retardar a sensação de fadiga muscular), duas Energy Cake (barras de aveia com cerca de 83 gr de carbohidratos, bom alimento para os treinos e provas mais longas) e uma nossa bem conhecida bebida isotónica, a Gold Drink, da Gold Nutrition (sabor frutos tropicais, para mim o melhor). Mandei vir esta última pois já não tinha bebida isotónica há muito tempo e como o volume de treinos está a aumentar, torna-se necessário hidratar corretamente. E foi mesmo por esta razão que optei à última hora por não fazer a tal review à proteína, mas sim à bebida isotónica da Gold Nutrition: a Gold Drink.
O porquê de uma bebida isotónica
Nestes primeiros meses do ano, por causa da lesão no pé que me deixou praticamente 6 meses sem correr, comecei a correr poucos kms de cada vez e, por isso, senti pouca necessidade de encher-me com suplementação. Aliás, a própria bebida isotónica - que considero essencial - revelou-se pouco necessária, pois a água que ingeria servia as necessidades de hidratação dos 5 kms, 8 kms ou 10 kms que ia fazendo nos treinos. Ultimamente o pé tem-me deixado correr sem limitações e, mais ainda, como está a começar o calor (embora por vezes pareça que não), torna-se ainda mais necessário hidratar corretamente antes, durante e após uma corrida, seja em prova, seja em treino. Em esforços de aproximadamente 1 hora ou mais, a transpiração torna-se mais crítica e com ela perdemos não só água, mas coisas que fazem falta ao nosso organismo, como sódio e sais minerais (corrijam-me à vontade os nutricionistas que possam estar a ler isto). O que uma bebida isotónica faz é - além de outras coisas - repor esses nutrientes, proporcionando uma hidratação mais correta do que se bebêssemos somente água. Se optássemos pela última, iríamos estar a encher a barriga de água e a maior parte dela ia ser constantemente eliminada pela urina, não dando sequer hipótese ao corpo de repor aquilo que perde com o suor, já que a simples água não leva esses "ingredientes". Com o passar do tempo de esforço e por muita água que fossemos bebendo, iríamos acabar por começar a acusar o cansaço.
O que achei da Gold Drink
É aqui que entra a bebida Gold Drink. Confesso que, apesar de ter sido a minha primeira marca de suplementos, nunca fui muito adepto da Gold Nutrition, mas também sei que têm feito um bom trabalho de evolução e isso é notório em produtos como esta bebida. Se em tempos idos me lembro da Gold Drink como uma bebida doce e difícil de ingerir, esta mais recente versão (principalmente com sabor frutos tropicais) é leve, com um sabor residual muito ténue e, mesmo não estando fresca, não é de difícil ingestão (pareço um enólogo a falar de vinhos, não é?). Mesmo no meu período de "só bebo água", ocasionalmente usava umas pastilhas de eletrólitos para juntar a um bidon de 500 ml de água e ter assim algo mais completo para me hidratar num treino mais longo. Mas mesmo assim faltava-me alguma coisa, pois a energia desaparecia a olhos vistos. Essa falha chama-se carbohidratos, "ingrediente" que não foi esquecido na Gold Drink, que vem com 71 gr de hidratos de carbono por 1 litro de bebida. Outros valores interessantes são:
486 mg de sódio/lt
217 mg de magnésio/lt
287 mg de potássio/lt
É certo que há quem não goste deste tipo de preparados instantâneos e industriais. Há até quem faça umas bebidas caseiras com limão, sal e outros ingredientes. E que até podem resultar, não digo que não. Mas a título de exemplo (o meu caso prático), depois do meu caso de desidratação na secção de corrida do Triatlo de Lisboa, duas semanas depois fiz a Meia Maratona do Douro Vinhateiro em 1h30 só com uma garrafinha de Gold Drink, sem comer nenhuma barra/gel energético nem beber qualquer água nos abastecimentos da prova e, mesmo assim, sem notar qualquer sensação de quebra física até ao final. Tem a ver com treino e preparação? Sim, também. Mas a hidratação que fiz nos dias antes e a que fiz constantemente durante a prova, parece que também resultou.
Concluindo
Para os dias que agora se avizinham, com provas todos os fins de semana e com tempo cada vez mais quente, recomendo que, mesmo que não gostem, que pequem por excesso e vão prevenidos com uma boa bebida isotónica. Ou é preciso lembrar o caso fatídico do nosso primeiro atleta olímpico Francisco Lázaro? Eu não vou descurar. E o próximo desafio em grande é já no próximo dia 7 de Junho da Serra da Estrela... chama-se Oh Meu Deus! E de vocês, dos que tomam bebidas isotónicas, quais são as vossas escolhas? Se tiverem alguma dúvida sobre que bebida isotónica tomar, deixem um comentário a este post.
Tem sido difícil manter este blog atualizado. Há dias em que há disponibilidade de sobra para treinar e para escrever. Há outros em que o ritmo de trabalho é tanto, que 24 horas de um dia não chegam para tudo o que gostaríamos de fazer. E o que é que normalmente sai sacrificado nestes dias? Os treinos, as corridas. É normal que assim seja. Não há que stressar. Ainda outro dia vinha de uma conferência, cansado, num dia de trabalho sem tempo para treinar. No rádio do carro começou a tocar uma música já com alguns anos de existência. Daquelas músicas que as estações esgotam, à custa de tanto passar a mesma faixa vezes sem conta, mas que, se prestarmos atenção e a escutarmos com consciência, ainda somos capazes de sair surpreendidos. Foi o que me aconteceu. Alguma coisa nesta música captou a minha atenção. E de repente dei comigo a sorrir. Porque me reconheci na letra e porque revivi em poucos minutos os últimos anos da minha vida: o emprego e o desemprego; a desorientação e a demanda por objetivos; a frustração e o sentimento de realização, depois de os conquistar. A letra desta música diz coisas como: "Muda de vida, se não vives satisfeito, Muda de vida se há vida em ti a latejar". Isto fez-me recordar momentos em que desejava mudar e momentos em que não sabia o que fazer com essa mudança. Recordando todos esses momentos, realizo que, apesar das inúmeras dificuldades e dos obstáculos presentes no meu caminho, hoje em dia faço o que gosto porque decidi mudar de vida. E no final é isso que conta.
"Felizes aqueles que chegam ao final do dia e que, ao olhar para trás, verificam que fizeram tudo aquilo que queriam."
Costuma dizer-se: "felizes aqueles que chegam ao final do dia e que, ao olhar para trás, verificam que fizeram tudo aquilo que queriam". E este era um desses dias. Cansado e realizado, apesar de não ter treinado. Dirão os maiores adeptos das corridas que um treino se consegue encaixar sempre em qualquer buraquinho da nossa agenda diária. Eu digo que nem sempre é assim. Ou que nem sempre tem que ser assim. Temos que saber atribuir prioridades na nossa vida e, no meio destas, fazer aquilo que nos deixa felizes, isso sim. Se por acaso não podemos correr, que pelo menos isso tenha acontecido por causa de um motivo maior. E finalizando este post, como sei que muitos de vós provavelmente estarão na fase do sonho, aquela em que desejam mais que tudo que a mudança aconteça, para vocês eu termino esta partilha com a mensagem que esta música transporta no final. Aquela que eu costumo carregar como um "reminder" insistente para usar naqueles momentos mais complexos. Peguem nos vossos sonhos e coloquem-lhes datas e transformem-nos assim em objetivos concretos. E naqueles momentos em que somos confrontados com o que devemos fazer e o que queremos fazer, lembrem-se que: "A vida não é nem deve ser, como um castigo que tu terás que viver." Corram sim, mas que no final isso vos permita trazer um sorriso adicional para junto daqueles que mais amam. E façam o favor de ser felizes!
Depois de uma corrida, sejam 10 km, um triatlo ou uma meia maratona, somos confrontados com um estado em que nos apetece comer um pouco de tudo. E muitos atletas não pensam duas vezes sobre o que comem. Sabem que têm fome e que a corrida lhes deu o direito a ingerir todas as calorias que puderem. Mas será que são as calorias corretas? Será que não poderiam fazer algo melhor que os pudesse ajudar no processo de recuperação? Estas são as perguntas que muitos de nós perguntamos tantas vezes e que, confesso, podem fazer parte de um processo às vezes um pouco complexo.
Stress físico
É óbvio que as corridas são difíceis. Muitas vezes puxamo-nos até ao limite e gastamos mais energia numa corrida do que durante um treino. Como tal, o stress que infligimos ao corpo é imenso, o que requer um certo tipo de respostas. Vamos ter em consideração o que acontece depois de cortarmos a meta:
Fadiga do sistema nervoso central e níveis elevados de stress oxidativo
Esgotamento das reservas de glicogénio
Alta temperatura corporal
Batimentos cardíacos elevados
Maior concentração de sangue nas extremidades do corpo, logo, menos disponível para a digestão
Num dia de treinos normal, o mais provável é que existam condições favoráveis e até que a nutrição de recuperação seja de acordo com o que precisamos e estamos habituados. Podemos ir até casa rapidamente e ingerir carbohidratos de qualidade e talvez até mesmo uma hidratação adequada e uma proteína para acompanhar. Pessoalmente eu gosto de ter sempre uma banana, uma proteína de qualidade ou, quando o calor aperta e a transpiração foi muita, acho essencial repor sódio e sais minerais com uma bebida desportiva. Depois disto, cerca de 30 a 60 minutos depois, reforço com uma refeição ou um snack mais denso e nutritivo.
A ligação mente/corpo
Há uma coisa interessante que é o que a cabeça pensa e o corpo necessita, pois podem ser duas coisas diferentes. O subconsciente diz-nos muitas vezes para baixar nas calorias, mas os atletas pensam muitas vezes "estou esfomeado e preciso de ingerir muitas calorias". Enquanto que há essa vontade de devorar tudo quanto nos aparece à frente e dizer que sim a tudo o que é calórico, é consenso geral que devemos optar por uma mistura de uma certa privação calórica, como ingestão de nutrientes de alta qualidade a que já estamos habituados a usar nos dias de treino.
O ambiente de competição
Para os mais iniciados, o pós-prova apresenta uma variedade de cenários que estão longe de um dia de treino típico. Podemos passar por aquecimentos de corpo súbitos, não estar suficientemente hidratados ou alimentados, ter exagerado nos últimos treinos... e a lista não acaba nunca. Provavelmente levámos o corpo ao limite e estamos num estado não só de fadiga muscular, como também do próprio sistema nervoso. Neste estado, limitarmo-nos a sentar e comermos uma pizza inteira, duas bananas, Coca-Colas, cerveja, etc... isto só vai stressar ainda mais o nosso corpo.
A mistura certa
Muitos atletas que conhecemos passam por um ciclo de recuperação pós-prova quando casam com sucesso os conceitos de uma alimentação rica em nutrientes com as calorias adequadas. Isto significa que optam por algo em tudo semelhante aos seus hábitos normais de recuperação e adicionam algumas calorias extra, as quais vão ajudar o corpo a recuperar as reservas de glicogénio e estabilizar as funções corporais. Aqui ficam algumas dicas úteis para evitar stresses desnecessários e praticar uma nutrição adequada e proativa na recuperação após uma prova:
Assim que terminarem a prova, encontrem um banco ou uma zona com relva e coloquem os pés no ar.
Tentem encontrar água fresca para beber, o que não só vai providenciar alguma hidratação, como também vai ajudar a arrefecer o corpo e a reestabelecer o fluxo sanguíneo.
Se normalmente usam uma bebida de recuperação, tenham-na sempre convosco, bem como uma garrafa de água fresca - será um sinal bem reconhecido pelo vosso corpo para começar o processo de recuperação.
Mantenham-se longe de alimentos com muita gordura e mesmo com muita carga proteica.
Assim que comecem a recuperar o fôlego, comam uma banana ou uma fatia (só uma) de pizza. Os carbohidratos mais simples vão ser facilmente digeridos e fornecer as necessidades imediatas de recuperação de glicogénio.
Aparentemente a cerveja é uma boa forma de hidratação, devido ao ácido ascórbico e aos carbohidratos. No entanto, recomenda-se guardar esta bebida para mais tarde, evitando consumi-la logo após a prova.
No que toca a nutrição pós-prova, tentem optar sempre pelo mais simples. Não importa que corrida fizeram, usem a mistura de recuperação que já estão habituados a usar em dias de treino. Optem por alimentos com alto índice glicémico nos primeiros 90 minutos depois da prova. Optem por uma alimentação densa e de qualidade, nas 2 ou 3 horas depois da prova, o que vai ajudar o corpo a re-estabelecer os níveis de açúcar e permitir um aporte constante de nutrientes aos músculos em recuperação. Porque os músculos estão danificados, tentem adicionar um sumo verde ou uma salada rica em antioxidantes, por forma a iniciar o processo de recuperação mais tardio. Esta vai ser a altura perfeita para a tal cerveja, um gelado ou outro tipo de recompensa "pecaminosa". Costuma-se dizer que "os alimentos que são maus para nós são bons para nós depois de um exercício... e os alimentos que são bons para nós são maus no momento pós-exercício". Apesar disto soar bem, não é inteiramente verdade. Os nutrientes são tão importantes como as calorias e tentar atingir um bom equilíbrio entre uns e outros é o que vai fazer a diferença num bom processo de recuperação. E vocês, o que costumam usar neste processo de recuperação depois de uma corrida? Fonte: Training Peaks
O Yoga, como qualquer outra atividade física, requer esforço físico. Para fazer do yoga a sua principal forma de exercício, deve praticar pelo menos 3 vezes por semana, durante 90 minutos. Muitas pessoas optam pelo yoga, em combinação com outras actividades como correr ou aeróbica, para perder peso. Será assim recomendado o consumo de alguns suplementos a praticantes de yoga? Este artigo promete responder a essa questão... Fonte: Prozis
Detox é a abreviatura que normalmente se usa para a palavra desintoxicação, que significa uma limpeza do organismo, através de medicina alternativa. Os sumos detox, são uma combinação fácil, de vários alimentos (frutas, verduras, sementes, raízes e legumes) especialmente escolhidos por serem ricos em fibras, vitaminas, minerais e propriedades antioxidantes e desintoxicantes, que vão ajudar todo o corpo a funcionar melhor. O resultado é um sistema digestivo mais eficaz, um sistema imunológico mais forte, níveis de energia mais altos e também uma melhor hidratação corporal, deixando a pela mais limpa e reduzindo problemas como o acne. No artigo completo que aqui partilho podem tirar algumas dúvidas sobre os chamados superalimentos, como bagas goji, spirulina, maca e outros ingredientes naturais e experimentar algumas das receitas ali partilhadas. Fonte: Prozis
A Meia Maratona do Douro Vinhateiro está aí à porta (ganhem 5 dorsais no concurso no mural do Facebook - sigam o link). Tão importante como treinar para a prova é a questão da alimentação: antes, durante e depois da corrida. Já pensaram nisso com antecedência? Se estão habituados a correr 10 km e sabem que uma meia maratona tem 21 km, facilmente concluem que percorrer o dobro da distância equivale em média ao dobro do tempo a correr, o que significa que vão gastar mais energia, transpirar durante mais tempo e esgotar mais reservas. E se pensam que só devem comer massa para acumular energia, estão muito enganados. O blog da Prozis tem um artigo interessantíssimo sobre uma dieta que podemos seguir na aproximação a uma meia maratona, inclusive com um plano de alimentação para as próximas duas semanas (ou menos). Vejam o artigo e sigam as dicas. Encontramo-nos por lá? Fonte: Prozis
Sempre que me pedem dicas sobre como, por exemplo, correr melhor, uma das coisas que sempre refiro é a importância de reforçar os abdominais. É verdade: melhores abdominais para correr melhor. Os abdominais não servem só para mostrar na praia e fazer boa figura (embora também sirvam para isto). No ginásio, como nos treinos de Pilates que faço tendo em vista as corridas e os triatlos, quase todos os exercícios recaem sobre este grupo muscular. Isto porque, se tivermos um abdómen (o core) forte, evitamos sobrecargas desnecessárias em zonas críticas do nosso corpo que importa defender, como as costas, a zona lombar, o pescoço, etc.
E que exercícios podemos fazer para reforçar os abdominais?
Os links que se seguem (do site da Prozis) têm alguns exercícios, dos mais simples até alguns bem difíceis, que servirão para começarem a praticar sempre que puderem e desenvolverem uns abdominais mais fortes e definidos: Os melhores exercícios para os abdominais – Parte 1Os melhores exercícios para os abdominais – Parte 2 Experimentem isto 15 minutos por dia e daqui a uns meses venham cá dizer se não correm mais facilmente... fico à espera! Fonte: Prozis
Hoje doem-me as pernas. Confesso que já há algum tempo que não "sofria" com este estado pós-prova, em que até um lanço de escadas me custa a descer. Doem-me as pernas, mas sabe bem. E este estado sabe bem porque cada vez que nos dói lembramo-nos como foi. No meu caso, como foi fazer o meu primeiro triatlo, na distância half Ironman: o Lisboa Triathlon 2014.
Como começou a febre dos triatlos
Se quando comecei a correr me tivessem dito que um dia iria fazer um triatlo, eu diria que o mais provável era isso nunca vir a acontecer. Quando comecei a correr (no início de 2011), nunca me passou pela cabeça vir a gostar de triatlos. Muito menos pensar em participar em desafios como um Ironman (mesmo que para já só tenha feito metade). Na verdade, a "culpa" de tudo isto é do António Nascimento, pois foi ele quem me incutiu o espírito dos triatlos, quando comecei a treinar com ele no ginásio Academia Life Club há cerca de 1 ano e meio. Desde cedo, no meio dos treinos de força começaram a aparecer uns treinos de natação, depois vieram umas horas em cima da bicicleta estática no ginásio e daí até experimentar o meu primeiro triatlo foi um pequeno passo. Lembro-me bem o quanto gostei daquela dinâmica do nadar no mar, sair da água e despir o fato, montar na bicicleta, sentir-me praticamente parado ao ser ultrapassado pelos outros, andar na roda (prática que nas distâncias longas é proibido), sair da bicicleta em andamento (nesta primeira experiência ia correndo mal), correr com o coração na boca... No sábado passei por isto tudo novamente, mas durante 5 vezes mais tempo.
Como começou o dia da prova
Na verdade o dia da prova começou alguns dias antes. Entre ir buscar a bicicleta à RBikes, fazer uns quilómetros para me habituar à nova posição de condução, preparar barras, géis energéticos, isotónicos e equipamento, deitei-me na 6ª feira já passava da 1:00 hora da manhã, o que, para quem ia acordar às 4h45 da madrugada de sábado, não seria uma prática muito aconselhável. Mas esta coisa da ansiedade faz parte de quem encara pela primeira vez um desafio que nunca experimentou antes, como era o caso deste triatlo, o meu primeiro na distância de half ironman. Portanto, para seguir os planos, às 5h30 saí de casa montado na bicicleta com a mochila às costas, para encontrar o José e a sua P5 no ponto combinado, apanharmos a Dulce (a pé) em frente à Torre Vasco da Gama e chegarmos ao check-in à hora de abertura do parque de transição (montado no Pavilhão de Portugal), com todo o tempo do mundo para preparar o material e ainda fazer um pequeno reconhecimento do local. Desta vez não andei em stress a preparar tudo à pressa. As experiências (boas e menos boas) de outros triatlos já nos permitem ter mecanismos para ultrapassar obstáculos típicos de desafios deste calibre. Uma das coisas com que estava preocupado - além de tudo o resto - era a alimentação (comidas e bebidas), que teria ser suficiente para suportar não só o esforço das horas de duração da prova, bem como o calor que se iria fazer sentir durante todo o dia. Decidi portanto que iria levar umas barrinhas pequenas de frutos secos com sal e 5 saquetas de gel com cafeína da ZipVit. E como a modalidade de maior duração prevista seria o ciclismo, seria aqui que iria apostar para não falhar nada neste campo, principalmente no da hidratação. Mas como iria transportar este material todo? Não me estava nada a apetecer transportar as saquetas nos bolsos, nem colá-las com fita cola ao quadro da bicicleta. Sem saber ainda como resolver esta questão, por sorte, durante as compras no dia anterior, encontrei no Pingo Doce um estojo escolar em formato de "charuto" que, depois de algumas artimanhas e umas braçadeiras de plástico, encaixou na perfeição na frente do quadro da bicicleta, dando assim para levar as 3 saquetas de gel previstas para os 90 km de bicicleta, bem como duas barrinhas salgadas e 4 pastilhas de eletrólitos (estas últimas para pôr dentro dos bidons de água dados no posto de abastecimento do circuito de 22,5 km), 1 pastilha para cada volta.
1,9 km de natação
Calor! O calor pedia protetor solar e esta foi uma das coisas que não esqueci: factor 50 em todas as partes expostas do corpo. Na verdade não me esqueci de nada. O azar ditaria mais tarde algumas falhas, mas nada devido a esquecimentos causados por coisas feitas à pressa. Vaselina por causa da fricção e fato de natação vestido, tirámos a foto de família e dirigimo-nos para a doca do Oceanário, onde iria decorrer a modalidade de natação. O tiro de partida foi dado com uns minutos de atraso (depois de partirem as outras categorias e escalões de prova). Nada de grave, a não ser aumentar um pouco mais o estado de ansiedade. Aqui trocam-se cumprimentos (sim, mesmo dentro de água) e umas piadas para disfarçar os nervos e desejam-se "boas sortes" a quem se conhece e acabou de se conhecer, antes de iniciarmos as primeiras braçadas rumo à primeira bóia amarela. Seja mais curta ou mais longa, a secção de natação num triatlo não tem grandes diferenças de prova para prova: há que ter cuidado com os pés do atleta da frente, com as braçadas dos atletas dos lados e, sempre que nos agarrem nos pés ou nas pernas, dar umas pernadas mais fortes para acelerar e fugir dos "tubarões". Ah! E não esquecer de olhar em frente entre braçadas, para nunca perder o rumo. Esta prova contava com uma maior divisão entre escalões e categorias de provas, portanto partiram no meu escalão (o das toucas verdes) cerca de 200 atletas, um número - por exemplo - inferior ao número de nadadores no triatlo de Alpiarça. Este facto, a juntar a uma distância mais extensa, faria com que a confusão dentro de água também fosse menor, o que fez com que a modalidade que mais estava a temer até tivesse sido a que me correu melhor entre as três. Sim, correu melhor até que a corrida. Mas já lá irei. Muito resumidamente e sem incidentes a registar, completei as duas voltas à "piscina" do Oceanário com tranquilidade, nadando sempre que possível com braçadas calmas e longas, aproveitando a flutuabilidade do fato (ainda o fato de surf) para deslizar o mais possível na água, procurando não me cansar muito nestes primeiros minutos de prova. Sim, porque afinal ainda faltavam 90 km de bicicleta e 21 km de corrida.
90 km de bicicleta
As últimas transições da água para a bicicleta têm-me provocado algumas tonturas. Já no triatlo de Alpiarça senti esta sensação e o Lisboa Triathlon não foi excepção. A saída da água foi feita de modo muito tranquilo, aproveitando para despir a parte de cima do fato enquanto corria devagar até à bicicleta, que me esperava no lugar 577 (nrº de dorsal). Mas quando parei e comecei a despir as pernas tive mesmo que me agarrar ao suporte das bicicletas: a sensação de tontura aparecia e acentuava-se a cada segundo que passava. Para não cometer nenhum disparate e arriscar-me a que a coisa corresse mal em duas rodas, optei por tirar o fato com a maior calma possível, mantendo-me agarrado ao suporte das bicicletas, principalmente quando precisava de me agachar e de me levantar novamente. Fato tirado e arrumado dentro do cesto do equipamento, aproveitei ainda alguns segundos para respirar devagar e para ver se aquela sensação de tontura passava, enquanto colocava o capacete e o restante equipamento para partir para o ciclismo. Assim que me senti em condições agarrei na bicicleta e corri para a saída do parque de transição, de onde saí 2 minutos e 52 segundos depois de ter entrado, vindo da natação. Agarrado ao guiador, pisei o sapato da esquerda, saltei por cima do quadro para o sapato da direita e devagar (por causa do empedrado) lá comecei a pedalar. O que dizer da secção de ciclismo? Apaixonante e viciante! Já há alguns dias que calculava conseguir completar a distância com uma velocidade média de 30km/h (a média dos treinos mais rápidos), o que daria cerca de 3 horas para completar os 90 km do percurso (4 voltas a um circuito de 22,5 km de extensão). O que não estava nos planos era o vento forte que soprava de norte, que fazia com que praticamente ninguém conseguisse pedalar nesta direção a mais de 30 km/h. Eu disse mais de 30km/h? Sim, mas esta velocidade não era para mim, era para os atletas que me ultrapassavam. Pelo registo do Suunto eu não consegui rodar a mais de 28 km/h rumo a norte. Claro que o que nesta direção só criava dificuldades, no regresso (a favor do vento) era uma vantagem: aproveitando ao máximo a aerodinâmica da bicicleta e do capacete, a sensação de pedalar em plano a um ritmo constante de 42/45 km/h é indescritível! Nunca tinha experimentado antes pedalar numa bicicleta como estas (de contra-relógio, aquelas com o guiador esticado para a frente) e posso dizer que esta máquina da Rbikes estava impressionante! Mas claro, não hajam perninhas e de pouco nos serve este pedaço de carbono voador em cima de duas rodas. No entanto, tudo isto ajudou - e muito - a que a média final da secção de bicicleta se situasse um pouco acima dos 30 km/h, cumprindo assim o previsto e chegando ao fim dos 90 km com o tempo de 2h53', o que para mim estava mais do que perfeito! Alguns percalços? Sim. Caso contrário isto não teria a mesma piada. Logo no final da primeira volta, na zona do retorno no Parque das Nações, depois de receber um bidon de água no posto de abastecimento e ao guardá-lo no suporte da bicicleta, este partiu-se, o que fez com que ficasse sem um dos suportes e com menos 1/2 Lt de água de reserva. Certo que também seria menos 1/2 Kg de peso na bicicleta, mas assim contaria somente com um bidon por volta, o que não estava nos meus planos iniciais. Mas às vezes temos que ter a capacidade de reinventar planos B's onde estes não existem e, assim sendo, passei a contar só com esse 1/2 Lt de água no posto de abastecimento, ao qual iria sempre juntar uma das pastilhas de eletrólitos que estavam guardadas na bolsa montada na bicicleta. E afinal essa quantidade revelou-se mais do que suficiente para o circuito que a organização tinha montado. Depois de chegar ao parque de transição nas calmas (sempre muita cautela com o empedrado do Parque das Nações), estacionei a bicicleta no local nrº 577 e 1'49'' depois estava com os adidas calçados (com os atacadores Xtenex montados) e a iniciar os 21 km de corrida.
21 km de corrida
Esta era a secção que encarava com mais confiança e - afinal - foi onde as coisas me correram menos bem. Ao sair do parque de transição e no primeiros metros de corrida, não sei quem é que me gritou (não te vi, mas ouvi) para progredir na corrida com calma. Encaixei a mensagem e logo aí refreei um pouco o impulso de correr ao ritmo dos outros atletas já em prova, o que me tinha colocado a correr logo de início abaixo dos 5 mins/km. Baixei o ritmo para poupar as forças (afinal já tinha mais de 3 horas de prova em cima) e comecei a fazer contas de cabeça, procurando não correr mais rápido e a beber sempre água nos postos de abastecimento, regrando o consumo da barra e das duas últimas saquetas de gel energético que ainda trazia comigo nos bolsos. Por azar, no primeiro posto montado a pouco mais de 1 km do parque de transição não havia água e o único líquido disponível era Coca-Cola. Isto até seria bom, já que estava calor e a Coca-Cola estava fresquinha. Só que esta bebida deixa a boca seca e "melada" passados alguns minutos a "arfar" com o esforço e o calor - o qual àquela hora já devia andar perto dos 30º C. Mas como era a única coisa que havia para beber e eu tinha uma barrinha salgada prevista para comer, assim fiz: comi, bebi e mantive o ritmo. O percurso montado este ano compreendia 4 voltas a um circuito de cerca de 5 km de extensão, pelo que, se fosse necessário, seria relativamente fácil de chegar a um ponto de abastecimento e beber água. No entanto, o calor fez das suas e poucos foram aqueles que não sentiram os efeitos do corpo a desidratar e das forças a falhar. As 3 primeiras voltas não tiveram grande história. No final da primeira volta (5 km de corrida) ingeri um gel, guardei o outro para alguma emergência e procurei manter sempre o mesmo ritmo até ao fim da prova. No início da última volta, quando o corpo já pedia alguma coisa para o despertar, optei por comer o último gel energético, mas foi com algum desespero que não o encontrei no bolso onde o tinha guardado, nem no outro bolso onde provavelmente também o poderia ter guardado... nem em nenhum dos bolsos do meu equipamento. Nada! Bolsos vazios. Nem uma migalha de uma barra para comer. Nada! Fiquei em pânico! No posto de abastecimento (o tal da Coca-Cola) pedi uma banana e o "líquido milagroso", mas não senti milagre nenhum acontecer. Na zona do percurso de terra batida, ao lado da marina, onde o calor se fazia sentir com mais intensidade, comecei mesmo a sentir o corpo a desfalecer e tive que me desligar de preconceitos e perguntar ao Luís (que já me acompanhava há duas voltas) se tinha alguma coisa doce que me pudesse arranjar. Desconfio que se ele não estivesse ali, provavelmente não tinha chegado ao final daquela volta. Consequentemente, não sei se teria acabado a corrida. Pelo menos não o tinha feito a correr. O meu estado era tal que já via o caminho a ondular com o calor, dentro de um túnel a rodopiar. Isto para não falar no ritmo, que já havia diminuído bastante. O doce do gel e o gole de água foram suficientes para levar o corpo até à meta a correr, mas em tal estado que o abraço que dei ao Bruno e à restante malta da equipa no final e à Inês e ao João que aguardavam ansiosamente a minha chegada (e acho que até gritaram por mim na reta final, mas eu não ouvi), serviram mais para me apoiar e descansar do que propriamente celebrar. Feito! Estava feito. A celebração foi curta. Fica a sensação dentro de cada um de nós. Dentro de mim, o estômago revoltava-se e debatia-se com a vontade contraditória entre comer alguma coisa e de deitar alguma coisa cá para fora. Eu sorria com uma vontade de chorar imensa. Porque afinal estava feito. Tinha atingido mais um objetivo. E é nestes momentos que tudo nos vem ao pensamento. É nestes momentos que nos lembramos das horas a fio passadas no ginásio e roubadas aos que nos acompanham de fora; das idas-e-voltas sem fim dentro da piscina nos treinos de natação; dos kms, das peripécias, de todos os buracos nas estradas por onde rolamos em cima da bicicleta; e na quantidade de quilómetros de corrida que fizemos sozinhos, acompanhados, longe de casa ou no nosso bairro, com mais ou menos vontade, mas sempre com algum objetivo maior em vista.
E agora, que mais?
Para já quero recuperar. Voltar aos treinos, nadar devagar, começar a correr um pouquinho de cada vez, mas todos os dias um pouco. O meu objetivo maior e mais longínquo é só no final de Agosto, mas esteve sempre presente em todos os momentos deste sábado, em todas as horas de treino ou fora dele e em família até. Esta também lá esteve a apoiar, junto com os amigos. Diverti-me? Sim, muito! De outra forma isto não seria possível. Porque só assim isto faz sentido.