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O desporto tem destas coisas. Entre outras virtudes, atrai-me principalmente a sua capacidade de aproximar e unir pessoas, na sua grande maioria com uma visão comum, em prol de algo que não se toca nem se compra, mas que se sente e que se pode transmitir ao próximo, através de um tipo de contágio de todo recomendável. E no final de encontros como este de ontem, tal como no filme, sorrirmos, quando nos damos conta que ainda há seres humanos bons e dignos da nossa esperança. Parabéns às Corridas à 6ª Feira. Venham mais!
Se não conhecem a cascalheira, imaginem uma encosta tão inclinada que, para se conseguir subir, só se formos praticamente de gatas e com as mãos a puxar pelo chão. A juntar a isto, dá-se o nome de cascalheira porque o solo é formado por cascalho, pedras soltas que, ao mais pequeno descuido, deslizam encosta abaixo, levando uma enxurrada de pedras e - se não temos cuidado - nós próprios. Mas como um dia alguém se lembrou de dizer "diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és", lá nos fizemos todos juntos à aventura. Mais ou menos a meio da aventura, já não sabíamos se o melhor era continuar a subir ou voltar para trás. Alguns mais habilidosos nas artes da escalada lá subiam, com mais ou menos dificuldade, entre o cascalho e penedos da serra, fazendo a Serra da Freita parecer um desafio fácil. Mas outros não arriscavam e iam ficando para trás, o que fez com que passadas umas dezenas de minutos, enquanto uns continuavam a subir, outros já tinham optado por descer até à base da dita cascalheira.
Se é perigoso? Sim, é perigoso, há que o reconhecer. É perigoso embarcar numa aventura destas sem - no mínimo - se conhecer o caminho como a palma das nossas mãos, com a agravante das horas irem passando e já não termos muita disponibilidade de tempo para encontrar um caminho certo para chegar ao topo e encontrar um caminho mais "dócil" para voltar a descer. Sim, porque voltar pela cascalheira parecia estar fora de questão. Mas claro que as aventuras têm sempre um lado gratificante. Não, ainda não vou falar das tortas de Azeitão. Vou falar da sensação da chegada ao marco geodésico no pico do Formosinho, na vista, nas fotografias, nas boas emoções que se podiam ver pelos sorrisos de todos nós. Depois desta pequena-grande conquista, voltar a descer foi brincadeira de crianças e decerto que voltar a subir (ok, por outro caminho mais "corrível") até lá acima ficou na ideia de alguns de nós. Na minha pelo menos sei que ficou!... Quem me acompanha? Quem me conhece sabe que para mim é praticamente impossível falar de corridas e não falar de quem me acompanha. E mesmo que corra sozinho, certamente tenho sempre alguns Seres especiais que sempre me acompanharão, se não em presença, com certeza que no coração. Ontem contámos com a companhia uns dos outros. Fosse enquanto corríamos todos juntos, fosse quando só alguns alcançavam o topo e iam dando notícias para tranquilizar os restantes, fosse no brinde final a acompanhar a recompensa do treino, na forma de uma deliciosa torta de Azeitão. Tenhamos nós sempre a sorte de andarmos bem acompanhados a fazer aquilo que nos faz felizes e andaremos sempre com um sorriso no rosto e outro no coração. Porque isso é em grande parte aquilo que me faz gostar destas "correrias". Já agora, fica a imagem com o percurso da subida a vermelho e o percurso da descida a verde (cliquem na imagem para aumentar). Quando é o próximo treino?
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Esta é uma pergunta que me fazem com muita frequência e que vem principalmente de pessoas que começam agora a correr, ou que se sentem mais ofegantes quando correm: "como é que devo respirar enquanto corro?".
Não é a questão mais importante enquanto corremos, mas é sem dúvida uma das que mais dúvidas cria, não só entre quem se está agora a iniciar na atividade de corrida, mas também entre quem já está mais habituado a correr. Se começaram agora a correr, é provável que se sintam um pouco frustrados quando passa por vocês alguém a correr mais rápido e aparentemente sem esforço, como se estivessem a andar.
Fiquem sabendo que não estão sozinhos. A maior parte das pessoas que correm aparentemente sem esforço, um dia também se depararam com as mesmas dificuldades na respiração que vocês estão agora a sentir. O nosso corpo necessita de umas boas inalações, por forma a que seja capaz de transportar oxigénio suficiente para os pulmões e daí para a corrente sanguínea. Um sangue mais oxigenado significa que vamos ter uma maior quantidade de oxigénio disponível para os músculos e para aí se gerar energia. Mais energia significa maior resistência. Respirar rapidamente não significa que estejamos a inalar a quantidade suficiente de oxigénio, pois respirar rapidamente significa - regra geral - respirar superficialmente.
Controlar a respiração e libertar os pulmões, por forma a que a respiração não pareça tão elaborada requer treino. Respirar é um processo natural e não parece natural que tenhamos que pensar no que estamos a fazer, enquanto corremos e respiramos, certo? No entanto, fazer umas sessões de treino concentrados somente na técnica de respiração vai fazer com que, mais tarde, qualquer corrida seja feita de forma muito mais relaxada.
1. Sim, vão caminhar! Durante a caminhada concentrem-se em respirar de forma calma e profunda. Enquanto inspiram, experimentem expandir o abdómen. Mantenham um ritmo de passada e respiração constante e equilibrado. Provavelmente estarão a dar alguns passos enquanto dura uma inspiração, e mais outros passos durante o tempo de expiração. Lembrem-se que uma expiração bem feita serve para limpar os pulmões do CO2, o que abre lugar para mais oxigénio. Foquem-se também numa boa postura. Caminhem com a coluna direita. Mantenham a cabeça erguida (esqueçam o telemóvel, ok?), mas relaxem os ombros. Uma postura dobrada pode mesmo diminuir a capacidade pulmonar.
2. Aumentem a velocidade da passada, enquanto mantêm a mesma cadência de respiração. Pode ser necessária alguma concentração para evitar que o ritmo da respiração aumente à medida que aceleram o passo, mas vão ficar surpreendidos sobre quão facilmente vão conseguir controlar a respiração, simplesmente se prestarem atenção ao que estão a fazer.
3. Agora comecem a correr, mas muito devagar. Concentrem-se em manter a mesma cadência de respiração. Isto pode ser ainda mais desafiante, mas é possível. Prestem atenção ao número de passos que dão em cada inspiração e em cada expiração.
4. Finalmente, corram normalmente durante 1 minuto. Concentrem-se em manter a mesma cadência de respiração. Sim, a mesma que usaram na caminhada. Anotem o número de passos que dão em cada inspiração e em cada expiração. Podem não ser os mesmos. As primeiras vezes que praticarem este exercício, vão com certeza sentir algumas dificuldades em manter a mesma cadência de respiração, à medida que aceleram. Mas foquem-se em treinar isto. Quando estiverem prontos a treinar com uma corrida, lembrem-se de não exagerar na velocidade, mantenham-se a correr com calma. Concentrem-se na tal respiração abdominal (ao inspirar, dilatem o abdómen; ao expirar, o abdómen vai para dentro).
Experimentem dar 3 passos durante uma inspiração e outros 3 passos na expiração. Não há regras rígidas, portanto, se se sentirem mais confortáveis com mais ou menos passos, será essa a cadência que devem adoptar.
À medida que experimentam estas técnicas, vão reparar que há uma tendência para fazer mais passos na inspiração e menos passos na expiração. Lembrem-se que uma boa expiração deve limpar todo o CO2 dos pulmões, portanto esta deve ser mais forte que a primeira.
O número de passos não tem necessariamente que ser igual quando se inspira e quando se expira. Eu às vezes uso 2 passos na inspiração e 2 passos na expiração, mas outras vezes (mais calmas) uso 4 passos na inspiração e 2 passos na expiração. Independentemente da técnica que utilizam, o objetivo principal é que controlem a respiração, por forma a que utilizem o diafragma e façam a tal respiração abdominal. Uma respiração profunda e controlada vai também evitar que tenham aquela irritante "dor de burro". A respiração abdominal permite um maior aporte de oxigénio no sangue, aumenta a capacidade pulmonar e - logo - a resistência.
Assim que consigam controlar bem a respiração, vão usufruir muito mais das corridas. Só aí devem começar a treinar a velocidade ou as maiores distâncias.
Nota: se com a prática tiverem uma sensação de pulmões apertados, ou se sentirem que não conseguem inalar ar suficiente, contactem um médico, pois podem estar a sentir alguma espécie de asma.
Fonte: Active.com