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Ex-Sedentário - José Guimarães

A motivação também se treina!

Seg | 27.05.19

Aptos... como os animais que todos somos!

José Guimarães

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Depois de um fim de semana de formação, em que passei mais tempo com as mãos no chão do que com os pés no chão, ainda estou a pensar. A pensar nas muitas coisas que fazemos tão erradas no nosso dia a dia e contra as quais combatemos (mesmo sem disso termos total consciência) através das nossas atividades preferidas, sejam a corrida, o triatlo, a escalada, seja o que for.
 
O corpo humano foi feito para se mexer: foi feito para a locomoção, com o objetivo de chegar onde queremos; foi feito para vencer obstáculos, subir e descer escadas, rochas e afins; foi feito para mover coisas de um lado para o outro, para puxá-las, ou para as afastar. Foi feito para se rodear de coisas e interagir com essas coisas. O corpo humano não foi feito para passar horas sentado, criando tensões desnecessárias em sítios que deviam ser exercitados, ou para atrofiar aquilo que devia era ser desenvolvido. Aceito sem problemas (porque inevitavelmente faço o mesmo) que nos desloquemos de carro para destinos longe do sítio onde estamos. Mas vejo cada vez com pior cara as situações em que, para ir às compras, ou para ir beber um café no próximo quarteirão, não optemos por ir a pé... ou de bicicleta... vá, de trotinete, ou algo que implique termos que nos mexer um pouco.
 
Depois da tal formação em que passei o fim de semana, ainda sinto aquela dor boa que se sente depois de um bom treino no ginásio. Mas sinto principalmente dor - e não tão boa assim - no meu pulso direito, o qual, depois dos muitos anos que passou a teclar em computadores e a suportar as tensões diárias para agarrar num rato e fazer cliques num monitor, foi agora tão solicitado para suportar o meu peso corporal em algumas posições dignas de acrobata. Eu (e a grande maioria de nós, seres humanos em culturas ditas modernas) devia estar apto a fazer movimentos naturais para a minha condição de Ser vivo. Não estou assim tão apto - afinal - para passar para o nível seguinte, mas continuarei a trabalhar todos os dias para isso e para que, daqui a cerca do dobro dos meus aninhos, ainda possa respirar alguma dessa aptidão.
 
Para os maus curiosos, a formação em que estive chama-se Animal Flow® e remete-nos para movimentos aproximados ao que de mais cru existe nos seres vivos à face da terra. E puxa por nós, Seres humanos, ao ponto de nos mostrar onde o nosso corpo precisa de melhorar, para que possamos estar um bocadinho mais aptos no que toca ao movimento, que é - afinal - o que mais comum e natural temos uns com os outros.