Considerações sobre a Covid-19... e outras pandemias
O ano de 2020 vai ficar para sempre na história, quer queiramos ou não, aceitemos ou não as razões para isso ter acontecido, a forma como aconteceu, bem como as suas consequências.
Depois de no final de 2019 termos começado a ver "umas coisas más" a acontecer na China, com mortes e tudo à mistura, fomos assistindo ao desenrolar dos acontecimentos um pouco como assistimos à fome e às guerras diariamente no Jornal da Noite. Estava tudo maluco, mas era na China. Portanto era deixá-los lá com o seu problema, que nós já cá tínhamos as nossas próprias dores de cabeça, os nossos objetivos, os nossos stresses, por aí fora...
Até que a coisa estoirou! Começaram por ser uns casos em fevereiro, que rapidamente descambaram até ao estado de emergência decretado em março, o primeiro estado de emergência decretado em democracia no nosso país, depois do 25 de abril de 1974.
E foi assim que tudo mudou, tendo o mundo (e não foi só o nosso) se fechado sobre si próprio. Fecharam os restaurantes, hotéis, lojas, ginásios, fechou tudo! Até os empregos. É certo que deixámos de ter o stress no trânsito a caminho do trabalho e deixámos de respirar monóxido de carbono nas avenidas antes mais movimentadas, mas para logo ganharmos outros stresses. Ficámos em casa, alegadamente a bem de todos. Ficámos em casa porque nos disseram que assim é que tinha que ser feito. Mas a que custo?
Ciência ou ficção científica?
A experiência com a Covid-19 pareceu um autêntico filme de ficção científica. Muitas pessoas ainda esperam - impotentes - tentando imaginar o que vai acontecer a seguir, enquanto a sociedade parece que se desfaz sobre si própria.
Na realidade, enquanto a pandemia da Covid-19 segue seu curso, uma outra se está a agravar e a ajudar a alimentar infeções, gravidade e mortalidade. O objetivo da partilha deste artigo, originalmente escrito pelo Dr Phil Maffetone é o de educar e ajudar as pessoas a terem não só uma saúde melhor, mas a pensar além dos fatores políticos, comerciais e emocionais em curso, enquanto personalizam o seu próprio processo.
A Covid -19 é claramente um problema real e, embora não seja ficção científica, para a maioria das pessoas também não é uma ameaça à vida. Exceto para as relativamente poucas pessoas que são altamente vulneráveis, a exposição ao novo coronavírus resulta normalmente em nenhum sintoma, ou num caso leve de sintomas semelhantes a uma gripe sazonal. Tal como as pandemias anteriores e a própria gripe sazonal, a exposição à Covid-19 tem resultado num número muito pequeno de pessoas sintomáticas, com uma fração muito pequena dessas pessoas a adoecer gravemente e um número ainda menor de pessoas que morrem. Se morrem diretamente ou não da Covid-19, isso é outra história.
Embora a maioria das doenças e mortes graves ocorram em faixas etárias mais altas, não é a idade em si mesmo que causa a vulnerabilidade, mas sim a falta de imunidade geral do organismo, a qual se deve a vários fatores, como o excesso de gordura corporal e as suas consequências, entre as quais inflamação crónica e doenças que a acompanham.
Pode ler-se no artigo original que “o excesso de gordura corporal é um fator de risco importante e muito pouco discutido em doenças virais infeciosas”. Lê-se ainda: “Os primeiros dados científicos da China sobre a Covid-19 mostram que os mais vulneráveis à infeção incluem pessoas com diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e inflamação crónica, condições também causadas pelo excesso de gordura corporal.”
A gordura corporal em excesso pode efetivamente prejudicar a saúde. O excesso de gordura corporal é uma das principais causas de doenças crónicas, reduz drasticamente a qualidade de vida e contribui muito para o aumento dos custos de saúde, não só pessoais, mas também do estado, podendo ocorrer em pessoas com excesso de peso ou obesidade, mas também em 40% das pessoas com peso normal.
O estudo "O Retrato da Saúde" de 2018 diz que a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, num país com cerca de 10 milhões de habitantes, onde 50% seja insuficientemente ativo, exista um custo anual derivado da inatividade física de 900 milhões de euros, o equivalente a 9% do orçamento do Ministério da Saúde para 2017, no caso específico de Portugal. A obesidade foi mesmo considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a pandemia do séc. XXI, embora nunca nenhum dos nossos governos tenha tomado medidas verdadeiramente drásticas contra a sua prevenção, como tomou agora com a Covid-19. Talvez por não ser necessário o desenvolvimento de vacinas para a sua prevenção?...
Embora algumas pessoas pratiquem estilos de vida saudáveis para manter um bom sistema imunitário, capaz de ajudar a prevenir infeções, na verdade poucas pessoas o fazem de forma regular. Será que um número suficiente da população se tornará mais pró-ativo depois da experiência com a Covid-19, para ajudar a prevenir a próxima pandemia? Esta abordagem proativa significaria que, como comunidade global, sabemos o que há a fazer. E é aqui que a assistência real por parte dos governos, na forma de educação para melhor promover a saúde seria mais bem direcionada.
Foi mesmo só Covid?
A Covid-19 tem mesmo sido a principal causa de morte em todos os casos relatados como tal, ou essa infeção tem sido arbitrariamente considerada como a verdadeira causa de morte nas estatísticas? Já há muitos cientistas e médicos que questionam esta questão, principalmente porque há pacientes já gravemente doentes com doenças anteriormente instaladas que já ameaçavam a sua vida e que, no final, contraem uma infeção por Covid-19.
Em suma, problemas de saúde como os já referidos prejudicam a imunidade, o que aumenta a vulnerabilidade a infeções. Um sistema imunológico saudável reduz o risco, o que se pode dever à proteção natural que os corpos saudáveis têm contra infeções em geral.
Embora o uso de tabaco e o consumo excessivo de álcool prejudiquem a imunidade e a saúde geral, os alimentos desempenham o papel principal e mais importante, quase tanto ou mais do que a própria atividade física. O consumo de açúcar e outros alimentos processados (junk food) pode ser um dos fatores principais na propagação deste vírus, bem como a maioria das outras infeções.
No entanto, os protocolos públicos durante a pandemia Covid-19 não abordaram de uma forma verdadeiramente agressiva a adoção de um estilo de vida saudável, mas, em vez disso, pareceram mais destinados às relativamente poucas pessoas que estão muito doentes, ou são mais apropriados a doenças infeciosas verdadeiramente graves como o Ébola. Tão pouco as medidas anunciadas para ajudar as empresas falam em beneficiar as que valorizam e adotam para os seus colaboradores medidas para trabalharem num ambiente em tudo mais saudável. Promover um estilo de vida saudável para a grande maioria das pessoas, facilitando (e não fechando) o acesso a ginásios e a outros profissionais de exercício e saúde, ajudando a reduzir o excesso de gordura corporal e melhorando o sistema imunológico, é uma recomendação lógica que geralmente sai ignorada, apesar do valor científico há muito já conhecido.
Uma pandemia coberta de açúcar
Os efeitos colaterais graves da Covid-19 incluem turbulência económica, social e civil, bem como a devastação da saúde física e mental pessoal de cada um. Exemplos desses danos colaterais incluem o aumento da agitação civil, suicídios, perda de bens e de trabalho, redução do acesso a cuidados de saúde e à própria educação regular.
Em vez de destruir a economia global, talvez devêssemos aproveitar o momento para colocar o açúcar e outros carbohidratos refinados em quarentena - distância social das junk food!!! Talvez devêssemos usar máscaras para evitar comer lixo! A sério! A adoção de hábitos saudáveis podem melhorar imediatamente a imunidade e iniciar o processo de prevenção contra futuras pandemias (para não mencionar a melhoria significativa da saúde geral e da qualidade de vida, bem como o fardo económico dos cuidados de saúde muito rapidamente).
Apelar mais à ciência?
Existe realmente algum especialista em Covid-19? Um artigo recém-publicado (Kostoff R, et al. 2020) conclui que, "As causas subjacentes da presente pandemia foram deturpadas e camufladas."
Claramente, há muito mais perguntas do que respostas e sabemos muito menos sobre a Covid-19 em comparação com outros agentes infeciosos, alguns dos quais também causaram outras pandemias.
A comunidade científica está ainda a reunir grandes quantidades de dados. Levará muito tempo para classificar com precisão, e só então entenderemos muito mais do que sabíamos no início da pandemia - e até hoje. O que isso vai demonstrar? Provavelmente descobriremos que todas as estatísticas precisam de ajustes e que a Covid-19 se comporta mais como outros vírus. Talvez até venha com os muitos outros vírus conhecidos como gripe sazonal (como foi feito com o SARS).
A esperança é que esse conhecimento ajude o mundo a fazer um esforço concentrado para ajudar as pessoas a melhorar a saúde em geral e a serem proativas. Por mais simples e baratos que sejam as vacinas, as influências no estilo de vida que podem afetar significativamente as infeções por Covid-19 e outros vírus são geralmente ignoradas pelos agentes de saúde pública e pelos políticos.
Felizmente que alguns de nós sabem contornar esta política do medo, sabem ver mais claramente e focar-se num estilo de vida saudável.
Fonte: MAF