Há coisas que só quem passa por elas sabe o que são e o que custam aturar. Como uma lesão. E, quem corre, o mais provável é já ter tido alguma. Quanto a mim, já faz mais de 3 mês que a lesão no calcanhar me acompanha e me impede de correr. Tirando as corridas diárias porque estou atrasado para alguma coisa e a prova La Ultima Frontera, já faz uns bons 3 meses que não corro. Nem em provas, nem para treinar. O que me vale à sanidade mental é que mantenho o ginásio, a natação e a bicicleta, senão dava com certeza em doido. E agora também juntei à fórmula mágica o Pilates. Hoje foi o primeiro dia de 2014, novo ano que - para muitos - vem acompanhado de inúmeras resoluções, definição de novos objetivos, intenções e vontades. Enquanto se ouviam as 12 badaladas e - como manda a tradição - comia as minhas 12 passas, pedi um desejo. Só um. E não, não teve a ver com a lesão propriamente dita. Essa há de acabar por se curar. Teve a ver com algo importante que nunca devemos perder: o nosso foco, a noção da nossa essência. E a capacidade de conseguirmos discernir aquilo que nos faz bem, daquilo que traz elementos tóxicos para a nossa existência. Correr sempre me fez bem. E hoje, aproveitando as saudades, os desabafos com a minha irmã e o embalo de quem tão simplesmente nos diz: "vá lá, vamos experimentar correr"... equipei-me e lá fui para o sítio onde há cerca de 3 anos atrás experimentei correr pela primeira vez: a praia de Carcavelos. E como foi aqui que tirei com a minha irmã uma foto para registar uma dessas primeiras corridas, este ano fizemos questão de re-fotografar o momento. O resultado está registado na foto deste artigo. Sim, hoje treinei! Foram 6 simples quilómetros, feitos devagarinho e sem pressas para nada, porque o dia é feriado e convidava a nos perdermos nas horas que passam moles. Foram 6 quilómetros feitos debaixo de uma chuvinha ocasional e um vento sul meio tempestuoso mas revigorante. 6 quilómetros registados num mapa. 6 quilómetros na companhia da minha irmã. 6 quilómetros em que não senti o pé queixar-se para nada, só mesmo o coração a dizer: "que bem que me sinto quando corres!" Nota mental: não esquecer nunca a emoção que me acompanhou durante estes 6 simples quilómetros de hoje. Apesar de agora estar a gelo, foi o suficiente para voltar a dar forma a uma atividade que tanto me maltrata o corpo como me preenche a Alma. E é neste pensamento otimista que entro num novo ano, com a esperança que se trabalhar para que as coisas aconteçam, mais tarde ou mais cedo elas vão mesmo acontecer. Nota técnica: como ainda não estou oficialmente de volta às corridas - pelo menos não estarei enquanto não curar a fasceíte plantar - hoje contei também com a ajuda de dois elementos técnicos que foram preciosos para o conforto que senti durante o percurso: as meias com suporte para a arcada plantar + calcanhar da Zamst; e os Skechers Go Run 2, cujo conforto me deixou agradavelmente surpreendido... diria mesmo muito surpreendido! Já podem ler algumas opiniões feitas por alguns blogs nossos conhecidos (RunPortugal, Correr por Prazer, A Minha Corrida, Correr na Cidade). O meu teste à séria e artigo de opinião ficam prometidos para assim que voltar a correr a 100%. E um bom ano de 2014 para todos!