Tenho que admitir que os GORun Ride 3 eram os meus sapatos menos preferidos da Skechers. Confesso que ficaram até um bocado aquém das minhas expectativas iniciais, depois de ter saído para o primeiro treino com eles. Fiquei - no entanto - muito impressionado (pela positiva) com o aumento de conforto conseguido pela marca, sem sacrifício do peso do sapato (que manteve a super leveza da versão anterior), com a estabilidade e com o sublime amortecimento. Mas foi aqui mesmo que eu me senti menos agradado, pois apesar da confiança que transmite ao correr, este modelo revelou-se um sapato demasiado "mole" para o meu tipo de corrida. Mole porque como tem um amortecimento tão bom, não me permite fazer uma corrida mais rápida, apesar de me permitir fazer muitos quilómetros sem os sentir nos pés (há quem diga que um bom sapato de corrida é aquele que não nos lembramos que levamos nos pés quando vamos a correr... e estes são uns desses). Mas hoje, antes de sair para a corridinha ao final do dia, lembrei-me que li no folheto informativo dos GORun Ride 3 que se podia remover a palmilha fornecida e correr só com a palmilha interior do sapato, a qual vem integrada na própria estrutura do mesmo. A diferença está num "drop" consideravelmente mais baixo e numa consequente maior sensibilidade no contacto do pé com o chão. Assim sendo, já ia a caminho da porta da rua, quando me ocorreu experimentar essa estratégia. Descalcei os sapatos, tirei as palmilhas e voltei a calçá-los sem palmilhas, saindo assim para o treino. E aí os Skechers revelaram-se! Logo de início notei que a passada ficara menos amortecida e estava um pouco mais seca, mesmo como eu gosto, pois permite-me não só ter uma maior estabilidade no contacto do pé com o chão, como fabricar um melhor impulso de saída. E a maior sensibilidade do pé - agora mais próximo do chão - permitiu-me usar melhor a minha própria estrutura, para conscientemente adoptar uma passada mais consciente e - consequentemente - mais eficiente. Ultimamente tenho usado os GO Bionic no ginásio e em corridas curtas (e no ginásio são muitas as vezes que lhes tiro as palmilhas), o que me tem ajudado a trabalho a musculatura nas pernas e a tornar a minha corrida mais eficiente do ponto de vista biomecânico. Portanto não me estava a fazer muito sentido voltar a usar uns sapatos de corrida com muito amortecimento, principalmente em treinos de 10 ou 15 kms. Vou deixar o amortecimento extra para treinos com mais de 20 kms, por exemplo. Como podem ver pelo registo do treino no TomTom, senti-me tão bem logo de início, que pude ir melhorando o ritmo da corrida com o passar dos kms, terminando aos 13 km a um ritmo inferior a 4 mins/km. Nota: não liguem ao gráfico dos batimentos cardíacos nos primeiros minutos de treino... andava às turras com a cinta do cardiofrequencímetro... Concluindo: parece-me que, em treinos futuros, vou continuar a correr com estes sapatos mas sem as palmilhas extra e não largar mais a corrida com o pé mais rentinho ao chão. Para mim faz-me todo o sentido e se me pedirem a opinião, acho que quem quer melhorar a eficiência da sua corrida deveria apostar mais neste tipo de passada. Mas claro que isto tem sido trabalho de alguns meses, portanto não se atirem de cabeça, vão devagar e - se possível - procurem aconselhar-se com alguém mais experiente. No final (depois das dores nos gémeos passarem), vão ver como correm melhor.