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Ex-Sedentário - José Guimarães

A motivação também se treina!

Qui | 22.08.19

"A dificuldade vai-te tornar num atleta melhor"

José Guimarães

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Photo: bestpicko.com

Paciência. A maior parte dos atletas (amadores, principalmente) não tem paciência. Na minha opinião, a maior parte desses atletas deviam adotar um estado de espírito em que a paciência fosse o fator dominante. Isto iria permitir-lhes regrar a maior parte das decisões que tomam sobre os treinos, como os analisam e como lidam com os obstáculos que, de vez em quando e de forma inevitável, vão aparecendo pelo caminho.

Falo muitas vezes sobre objetivos e de como os devemos procurar estabelecer a longo prazo, procurando atingir metas intermédias de curto prazo, calendarizadas de forma sucessiva e regrada. Por exemplo: se nunca correram uma maratona antes, deverão reservar entre 12 a 16 semanas de treino para preparação. Precisam de paciência.

Quando nos magoamos, por exemplo, temos de ir em busca do nosso melhor para aturar a paragem forçada. Afinal, estamos lesionados. Temos que aceitar alguns factos como, de repente, o plano de treinos original já não ser válido. Vamo-nos sentir levados à loucura numa passadeira ou numa elíptica?... ou às voltas numa piscina? Provavelmente sim. Mas quando o stress é mais baixo, o corpo sara mais rapidamente e, por isso, o melhor será mesmo deixar mais energia de reserva para o corpo recuperar.

Quando temos que parar, seja por que motivo for, ficamos mortinhos para voltar a correr outra vez, mas precisamos de aprender a dar tempo ao tempo. Se for por causa de uma lesão, passarmos horas a fazer cross-training pode ajudar (ou não) o processo curativo. Depende. Eu sei que qualquer pessoa que tenha uma lesão fica ansiosa por sair à rua para correr um bocadinho que seja. Mas precisamos de ser inteligentes na forma como abordamos esse regresso.

Uma coisa que não se deve fazer é o seguinte: digamos que têm um objetivo bem definido, como correr uma meia maratona daqui umas semanas. Mas a 2 semanas do objetivo magoam-se num pé e, de repente, não só ficam afastados das corridas durante 1 semana, como provavelmente vão precisar de mais 1 semana para voltar ao ritmo de corrida normal. Portanto agora deparam-se com as dúvidas: "Poderei fazer a corrida?" - Provavelmente sim, mas antes procurem o conselho de um fisioterapeuta; "Poderei estabelecer um recorde pessoal?" - Decididamente não; "Poderei terminar a corrida?" - Em princípio sim; E... "Devo tentar voltar ao plano de treinos original, aquele que tinha antes de me magoar?" - Não, de todo!!! Não se esqueçam que, se estão magoados, o volume do plano de treinos original representa uma carga muito elevada para o vosso estado atual de recuperação. É nesta altura que a aceitação tem de entrar na equação. Temos que aceitar o facto que, se por um lado não podemos procurar atingir recordes numa corrida, por outro lado podemos sempre divertirmo-nos e usufruir dessa mesma corrida. Nota: é também nesta altura que um bom treinador pode ajudar, não só no fator físico como psicológico ;)

Resumindo: quando pararem (por lesão ou outro qualquer revés na vossa vida), sejam pacientes. Aceitem o facto que estão a atravessar uma fase em que o plano original não vos vai servir e que têm de arranjar uma alternativa válida, um plano B! Se ficarem impacientes com este processo, o mais provável é que se magoem novamente. E aí é que vão ficar extremamente desiludidos com a vossa performance.

Sejam pacientes. Aprendam a ser consistentes. Esta é a chave para - no longo prazo - se tornarem melhores atletas. E melhores pessoas.

Fonte: Active  

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