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Ex-Sedentário - José Guimarães

A motivação também se treina!

Qua | 21.10.15

A que sabe a primeira maratona

José Guimarães
Posso ter muitas coisas para dizer sobre uma maratona. Como treinar, qual o melhor plano de treinos, o que comer, como a enfrentar. Mas nunca vos poderei dizer o que cada um vai sentir durante o tempo que demorarem a percorrer esses míticos 42,195 kms. O domingo passado foi dia de maratona. Diria mesmo que foi o dia de todas as maratonas. Estive em Amesterdão a acompanhar três magníficos primeiros maratonistas (e ainda encontrei por lá mais alguns com quem tive o prazer de me cruzar) e acompanhei de longe - embora tão de perto - outros tantos aqui no nosso país. Pessoas que, em paralelo com as suas vidas diárias, tiveram as suas razões e motivações para querer fazer uma maratona. A sua primeira maratona. Aquela que nunca mais vão repetir e que, de tão inspirador que é o seu sabor, orgulho-me de poder partilhar convosco alguns relatos na primeira pessoa. Inspirem-se para algo que - tenho a certeza - muitos de vós gostariam de um dia fazer. Lembrem-se que, se quiserem muito, já estão suficientemente motivados para dar o salto e se prepararem para aquilo que é uma verdadeira conquista a vários os níveis. "A primeira maratona só me sabe a coisas boas. Achei que iam ser 42,195 kms de sangue, suor e lágrimas, mas foram 42,195 de alegria, gargalhadas, conversas, amizade, companheirismo e, claro, lágrimas, mas de felicidade e emoção . A sensação de superação é absolutamente indescritível, um bocadinho complicada de passar para palavras. Sei que para a maior parte das pessoas isto não passa de uma maluquice/parvoíce, de um esforço desnecessário, mas só quem corre sabe o que significa chegar ao fim, sabe o que custou chegar até ali, sabe quantos quilómetros se puseram nas pernas. A maratona foi o resultado de muitos meses de esforço, mas corrê-la foi a parte mais fácil. Olho para trás e sinto que passou, literalmente, a correr, nem dei pelo tempo ou pelos quilómetros. E em todas as fotos que me tiraram estou com um sorriso gigantesco, o que só pode ser um bom sinal. Fui feliz do primeiro ao último metro, não me magoei, fiz um tempo minimamente decente, por isso só tenho coisas boas a dizer. Acho que ainda estou naquele estado de encantamento, ao ponto de já ter começado a olhar para o calendário e para as próximas maratonas. Decididamente, isto é um vício. E agora até já, vou só ali babar-me para cima da minha medalha mais um bocadinho!" Ana Garcia Martins, autora do blog "A Pipoca Mais Doce" Ver post relacionado "Cabeça, pernas, coração: foi assim a primeira Maratona" "A maratona soube-me a sal porque chorei sem conseguir parar. Solucei de alegria, coisa que só me aconteceu quando tive os meus filhos. Apetecia-me viver uma semana só alimentada deste prazer, deste êxtase, desta bebedeira. Não queria ter de trabalhar, nem de cuidar dos miúdos, nem de fazer mais que não fosse recordar cada quilómetro, cada pedaço daquela conquista que foi minha. A maratona soube-me a vitória. E a lição. Quando queremos, podemos. Quando trabalhamos e lutamos conseguimos. Quando, em Janeiro, disse aos meus filhos que ia fazer a maratona, riram-se na minha cara, desconsoladamente. descontroladamente. Ontem abraçaram-se a mim, tão orgulhosos. E perceberam que querer muito é poder ainda mais. Acho que eu e o pai lhes demos ontem a lição das suas vidas. Por isso, também por isso, a maratona soube-me a amor. Foi sentir: eu fui capaz disto! E se fui capaz disto, caraças, sou capaz de tudo!" Sónia Morais Santos, jornalista e autora do blog "Cocó na Fralda" Ver post relacionado "Maratona, o relato completo"
"A primeira maratona sabe ao ansiado, nervoso e irreversível primeiro beijo. Por mais conselhos, dicas, treinos e visualizações, nada nos prepara para a felicidade e emoção de cruzar a meta após 42,195 quilómetros. A singularidade do momento supera as nossas melhores das expectativas. E tal como o nosso primeiro beijo, transformamo-nos nos mais humildes, vaidosos e confiantes atletas que alguma vez existiram." Anastácio Neto, assessor de imprensa e autor do blog "40 e Tal" Ver post relacionado "A minha primeira Maratona"
"Fazer uma Maratona é quando nos superamos a nós próprios. É quando o corpo te diz que é uma verdadeira loucura, que não está feito para tal e a tua cabeça te diz que sim! A vontade, a dedicação, o desejo, o prazer que te dá em te superares, superares as dificuldade a cada treino, a cada instante, a cada momento, dá-nos a força, a garra, o drive para atingir o inimaginável, o que só em sonho se concretizaria, acabando numa explosão de alegria e de emoções fortes vindas na profundeza do nosso ser, com a sua conquista. E depois te perguntas, quando é a próxima?" Mário Verdi, piloto de aviação comercial "Soube-me a algo único, mágico e muito arrepiante. Foram muitas as sensações vividas durante os 42,195 km, mas a sensação de dever cumprido após cortar a linha da meta, depois de muito trabalho e preparação ao longo do tempo em que decidi fazer a maratona, é absolutamente fantástica." Nuno Almeida, diretor de pós-venda "Sabe a superação. Fazer uma primeira maratona é ter a capacidade de superar não só as barreiras físicas (sim, a dor é terrível) mas sobretudo as mentais. Cruzar a meta não é um fim, mas um começo, porque quem termina descobre-se..." Inês Barroso, gestora, mãe e a mulher por quem me apaixono todos os dias Ainda se lembram a que soube a vossa primeira maratona? Se sim, gostava de saber. Deixem o vosso testemunho mais abaixo nos comentários e inspirem alguém com a vossa história.