Atleta Solitário
Olhei pra estrada, pra não me perder de vista E vi um caminho solitário, seguindo sem parar Como se fosse ele o corredor O caminho olhou pra mim, me convidou, me convidou a entrar Oferecendo o alcatrão, a areia e o cascalho sem pudor E eu que não sou bruxa, mas entendo de milagre Fui correndo sobre a estrada do jeito que só quem corre sabe
Acorde num domingo, tome o seu café Pegue os seus ténis, tome o seu som Reze com fé e vai correr E vai correr! Solitário Atleta (repetir)
Caminho doce caminho, vasto e profundo, mais vasto é o meu coração Que não cabe nesse mundo e precisa transbordar Sprintar não é preciso, é preciso é rolar Nada parado, tudo em movimento O chão é o meu tapete e o céu é o meu teto O tapete me puxando e eu lá dentro, acelero e acelera o batimento Devagar, devagarinho, ao longe vou chegando Cada louco tem a sua loucura Eu corro por isso, esquecendo a contratura A serotonina me chama, eu não resisto Sei que a corrida tem a sua maneira de transformar Uma lenta tartaruga numa lebre, parece feitiço A serotonina me chama, eu corro atrás disso
Solitário Atleta (repetir)
Acorde num domingo, tome o seu café Pegue os seus ténis, tome o seu som Reze com fé e vai correr E vai correr! Solitário Atleta (repetir)
Cheguei na serra, olhei pra serra, entrei no trilho Entrei no trilho, olhei pra rampa, entrei na rampa Entrei na rampa e fiz a rampa até ao fim Entrei no trilho que corre na minha aldeia O meu trilho não é um trilho qualquer Do meu trilho eu saio de cabeça feita E na minha serra uma cascata perfeita sorrindo pra mim Mais perfeita do que a cascata mais perfeita Adivinha meu desejo de água pura e gélida Me observando, trilhando por aqui e por ali Cheguei na água, entrei na água e logo mergulhei Cada músculo e tendão das minhas pernas Beleza da natureza, uma maravilhosa surpresa Corredor virando sapo, um sapo com pernas de gente Continuando, trilho abaixo, heroicamente!
Solitário Atleta (repetir)
É isso aí, é isso aí, é isso aí!