Ter | 23.06.15
Bruno, o corredor descalço
José Guimarães
Aqui há uns dias recebi uma mensagem do Bruno, a respeito de um post que uma vez escrevi sobre o barefoot running, ou seja, correr descalço. Vejam o post relacionado Correr "barefoot": de volta às origens? O Bruno corre descalço. Não o faz há muito tempo, mas já o faz há tempo suficiente para sentir os efeitos do barefoot e poder falar com conhecimento de causa. Tanto que o Bruno diz que se sente capaz de correr descalço para sempre. E faz-me voltar, de certa forma, aos dias em que ia para a praia fazer quilómetros... sim, descalço! Conheço os efeitos da corrida barefoot. Não corro descalço. Talvez seja (ou tente ser, sempre que posso) minimalista. Talvez porque nunca habituei o meu corpo a fazê-lo totalmente. Mas para corridas em estrada escolho normalmente o calçado com o drop mais baixo que suporto. Notem: que suporto. No trail running a coisa passa-se de modo diferente: se as corridas são longas opto por proteção; se as corridas são curtas, venha a tração e mais uma vez os sapatos com menor drop. O drop é a diferença em milímetros da altura entre o calcanhar e o antepé e é gerado criado adicionando camadas ao calcanhar, aumentanto assim a sua altura. Também aumenta o efeito de amortecimento e a sensibilidade que se tem no ataque ao solo, bem como a ação das articulações e dos músculos. As medidas variam em regra entre os 0mm e os 12mm, sendo que um drop de 0mm é atribuído aos modelos minimalistas e um drop de 12mm aos modelos de elevado amortecimento. 

"Se correr barefoot fosse fácil, talvez toda a gente o fizesse"Correr barefoot exige (lá está) muita paciência e a sociedade de hoje quer tudo para já. Queremos resultados rápidos, para ontem! E isto claramente não resultará neste caso. "Se correr barefoot fosse fácil, talvez toda a gente o fizesse", diz o Bruno. Mas é como em tudo na vida. Se estiverem realmente interessados, treinem adequadamente, avancem passo a passo, atentos às mudanças que se vão começar a verificar no vosso corpo e aprendam a escutá-lo, com a devida paciência e, de preferência, com a orientação de quem já faz isto há algum tempo. Leiam o post do Bruno, no site Corredores Anónimos: Como é correr a Maratona de Paris… descalço Bruno, de certeza que não tens unhas negras, pois não?