"Carbo-loading" - ou carga de hidratos de carbono - é uma técnica muito utilizada pelos atletas para aumentar as suas reservas de glicogénio muscular e hepático, nos dias que antecedem uma prova. Sendo conhecido que após o exercício físico intenso e prolongado, uma alimentação rica em hidratos de carbono pode promover o aumento das reservas de glicogénio muscular, foi desenvolvida uma estratégia nutricional que tem como base este princípio.
Como surgiu o carbo-loading?
O método original, desenvolvido em 1960, sugere um modelo de 7 dias, nos quais, nos primeiros 3 a 4 dias é realizada uma "fase de depleção" do glicogénio muscular (com treino intenso e baixo consumo de hidratos de carbono), seguidos de 3 a 4 dias de uma "fase de carga", para aumento das reservas de glicogénio (com treinos menos intensos ou repouso e elevado consumo de hidratos de carbono). Estudos sugeriam que este tipo de mecanismo melhorava a performance e permitia aos atletas manterem o ritmo de corrida mais tempo durante a prova. Contudo, este tipo de protocolo pode trazer desvantagens para os atletas, como maior sensação de fadiga 4 dias antes da prova, desconforto abdominal, cólicas e ganho de peso.
Em que consiste o carbo-loading atual?
Atualmente este método já se encontra ultrapassado. Nos dias de hoje sabe-se que os atletas bem treinados têm uma capacidade elevada de reter glicogénio muscular devido aos treinos diários, que promovem constantemente a depleção e a restituição das reservas de glicogénio, não necessitando de uma "fase de depleção". Portanto, a estratégia atual propõe apenas, nos 3 a 7 dias que antecedem a prova, alguma restrição no treino e aumento do consumo de hidratos de carbono (10 gr por Kg de peso corporal por dia). Claro que é recomendado que testem primeiro este método numa época de treino, para verificar o efeito na performance individual e se tal não acarreta quaisquer efeitos colaterais que possam prejudicar o desempenho desportivo durante a prova. Fonte: Sport Life