Começo a ser um bocado repetitivo. Talvez a palavra certa até seja indeciso. Há 2 anos atrás participei pela primeira vez no Trail Noturno da Lagoa de Óbidos. Participei, mas por pouco. Estive até à última a decidir se ia ou não ia, mas acabei por ir. Fui a pensar que não ia gostar, mas gostei. Podem ver o relato neste link: Como eu quase não fui ao Trail Noturno da Lagoa de Óbidos Este ano estive novamente até à última para não ir ao TNLO. Depois de regressar de férias, já a poucos dias da prova e a pouco menos de 1 mês do UTMB, os planos eram para começar a diminuir o volume de quilómetros dos treinos. Mas os amigos têm destas coisas e em poucos minutos de conversa para a frente e para trás, lá me convenceram a ir... até parece que ia ser uma decisão difícil, esta... Há muito que as inscrições haviam esgotado, mas felizmente nestas coisas há sempre alguém que, por um motivo ou por outro, acaba por desistir e, como a impossibilidade de uns se revela ser a possibilidade de outros, cabe-me agradecer ao Ângelo (dorsal 106) pela oportunidade de voltar a correr em Óbidos à noite.
A treinar em Óbidos para o UTMB
Para quem ainda não conhece "as vistas" que esta prova proporciona, lamento mas não tenho grande relato para fazer. Além do que já descrevi no post de há 2 anos atrás, a partida desta prova tem lugar às 21 horas, pelo que as vistas se resumem a escuridão, passagens com iluminação pública em algumas povoações e algumas passagens dignas de respeito nas arribas na praia. E este ano a chuva que teimou em cair durante as primeiras horas de prova veio piorar um pouco a visibilidade. Um dos meus objetivos em ir ao TNLO tinha a ver com aproveitar para fazer uma espécie de treino à séria para aquela prova que todos os dias dista menos um dia: o UTMB - Ultra Trail du Mont Blanc. Parece que não falo de outra coisa, mas diga-se em abono da verdade que o dia 29 de Agosto está cada vez mais próximo e isto não me sai da cabeça. Participar no TNLO proporcionou-me uma boa distância de treino para, a partir daqui, começar a diminuir gradualmente o volume e poder chegar assim a Chamonix sem mazelas. E se é certo que correr em Óbidos não se traduz propriamente numa corrida com altimetria, posso afirmar que as pernas de todos os conhecidos com quem pude falar no final acusavam o cansaço de 50 kms cheios de trilhos com zigue-zagues, areia, subidas e descidas sem fim nas arribas da praia, canaviais sem visibilidade nenhuma, lama, chuva, etc. Foram muitas as dificuldades que sentiram aqueles que este fim de semana foram correr em Óbidos, mas bem maior foi a gratificação de, no final, se poder conquistar um castelo pela madrugada, cheio de caras conhecidas que, afinal, estão ali tanto pelo desporto em si, como pela confraternização que uma prova como esta pode proporcionar. Estão de parabéns toda a organização e todos os atletas com quem pude desfrutar desta que é a última prova de trail do calendário nacional. Agora vou descansar um pouco e... corridas? Nos planos, só mesmo dia 29 de Agosto.