Este post pode parecer um bocado contraditório, uma vez que vem de alguém que nos últimos 2 meses pouco tem corrido. Tudo por causa de uma lesão no pé esquerdo, chamada fasceíte plantar. No entanto, não dá para ficar parado e a natação e a bicicleta continuam, tal como o ginásio e os exercícios de força muscular... que não podem mesmo parar! Até porque já se notam alguns desequilíbrios entre a perna esquerda e a perna direita, esta última já mais desenvolvida e com mais força que a esquerda. Mesmo assim, treinar sem o ritual da corrida pode cansar e levar o corpo por vezes a sentir-se exausto. E, quando estamos cansados, quando sentimos o corpo a ceder de alguma forma, pode tornar-se difícil saber se é melhor ficarmos parados a descansar ou sair para fazer algum tipo de exercício. Como podemos saber qual das duas opções é a melhor para nós? Vou partilhar convosco uma sugestão que se baseia em não escolherem uma ou outra opção, mas sim as duas! Confuso? Não estranhem. Nada mais simples do que manterem-se em movimento mesmo quando estão em repouso (excepto quando estiverem a dormir) e descansar mais quando praticam exercício.
A prevenção primeiro que tudo
Antes de mais, pensem previnam-se contra as doenças. Está mais que provado que o exercício físico melhora a capacidade de resposta do organismo contra as infecções. No entanto, se se sentirem por algum motivo meio adoentados, com a garganta a doer ou num estado meio febril, baixem o nível de intensidade. A ideia é dar suporte ao organismo mantendo-o em movimento e não stressá-lo com trabalho intenso! Este movimento é uma forma perfeita de manter o fluxo natural do nosso corpo sem sobrecarregá-lo em demasia. Os exercícios que praticam devem sempre ter em conta esta visão geral das coisas. Descansar o suficiente também é crucial no que diz respeito à prevenção das doenças, tal como também o é a redução da ingestão de açúcares e melhorar os nutrientes que ingerimos. Claro que a chave é sabermos escutar o nosso corpo. Quanto mais o soubermos fazer, melhor seremos em nos mantermos verdadeiramente saudáveis. Praticando esta parte, seremos autênticos profissionais no que diz respeito a interpretar os sinais que o corpo nos envia. Comecem por sentir todas as sensações que estão presentes no vosso corpo neste momento. Se as sentirem durante apenas 30 segundos, sem deixarem que a mente ocupe o vosso lugar com o seu ponto de vista pragmático muito "preto no branco", vão sentir as subtilezas do vosso corpo a pedir aquilo que necessita: água, uma refeição quente e reconfortante, ar fresco, uma caminhada simples que facilmente se pode tornar numa corrida leve e sem esforço.
Se estão cansados, mas ainda não estão doentes
Se normalmente correm ou caminham logo de manhã, mas se sentem cansados, devem continuar a dormir ou mesmo assim sair para fazer exercício? A sugestão é que se rendam um pouco mais ao sono, mas só se puderem garantir que numa qualquer altura do dia vão poder fazer exercício. Se normalmente correm, façam uma caminhada mais simples ou durante menos tempo. Caminhar ou correr calmamente pode só por si melhorar o sistema imunitário, o suficiente para combater aquele ataque viral! Caminhem à hora do almoço. Façam uns exercícios de alongamentos ou Yoga, em vez do vosso esquema de exercícios habitual. Vejam como se sentem e se o vosso corpo quer caminhar ou quem sabe correr. Durmam, mas mantenham-se em movimento! Claro que isto também dependerá do tipo de cansaço que estão a sentir. Se estão fisicamente cansados, provavelmente deverão descansar um pouco mais. Mas se estão de cabeça cansada, de trabalhar muito ou causado pelo stress, então um exercício leve talvez seja um bom ponto de partida. Esta prática de movimento vai permitir a redução do stress e a fluidez do corpo e da mente.
Se já estiverem doentes
Se a infecção é causadora de febre ou outro sintoma de dor corporal, então vão precisar de descansar mais. Esqueçam por uns dias os exercícios que normalmente fazem, mas não deixem de se movimentar. Um pouco de Yoga, Tai Chi ou alongamentos serão ótimos exercícios, se se sentirem capazes, claro. Descansem o mais possível e pratiquem pequenos sets de exercícios entre as fases de descanso e de sono. Se a doença é basicamente uma constipação ou algo acima do pescoço, sem dores no peito ou no resto do corpo, então podem continuar a praticar exercícios, mas mesmo assim baixem um pouco a intensidade dos mesmos. Intercalem a corrida com caminhada. Mexam-se mas sem esforço. Façam exercício durante menos tempo. Comecem sempre com algum exercício que alonge e solte o corpo e prestem mais uma vez atenção às mensagens que o vosso corpo vos transmite. Aumentem a duração e o ritmo, só quando se sentirem mesmo melhores.
Recuperar da doença
Não há nada pior do que começarmo-nos a sentir melhores e ter uma recaída. A recuperação necessita de muitos cuidados para que aconteça sem precalços. No entanto, não fazerem nada pode ser tão contra-producente como fazerem exercícios com intensidade normal nesta fase. Vão com calma e evoluam devagar, à medida de tudo o resto que por causa da doença também foram deixando para trás. Mantermo-nos em movimento é a chave para uma boa saúde. Mantermo-nos em movimento, saber escutar as nuances do nosso corpo e tornarmo-nos no seu melhor amigo e curandeiro. O nosso corpo sabe exatamente aquilo que precisa e o nosso trabalho é saber escutá-lo e dar-lhe essas coisas. Fonte: Chi Running