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Ex-Sedentário - José Guimarães

A motivação também se treina!

30.11.17

Entre tertúlias, montanhas e aquilo que eu quero ser quando for grande!


José Guimarães
Dizem que a vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro. Se isto é verdade, então devíamos planear menos e viver mais, certo? Mas a verdade é que, normalmente, não é isso que acontece. Falo por mim, porque parece que foi assim que vivi grande parte da minha vida, a fazer planos. Até agora. Pode parecer estranho, mas há 6 ou 7 anos atrás eu não vos saberia responder a perguntas banais como: "o que é que mais gostas de fazer?" Dir-vos-ia que gostava de ler, de ir ao cinema, de estar com amigos, de copos... quem não gosta? Mas sentia que faltava algo. Faltava aquilo que me fazia vibrar. Há uns dias participei numa tertúlia no Clube de Futebol de Sassoeiros, por ocasião dos 6 meses de existência do seu grupo de corrida. A meu lado estavam o Paulo, o treinador do grupo, o Ricardo, da 4Run.pt e o Benék, uma das potências do trail running português. À nossa frente, na assistência, estavam pessoas que correm e outras que até gostariam de começar a correr. Cada um falou das suas experiências e, eu em particular, da minha história dos últimos anos: o que fazia antes de praticar desporto, como comecei a correr, os meus desafios, os meus momentos bons e menos bons. Algures durante a conversa, percebi que o que ali se passava girava à volta de algo em comum. Algo maior do que nós e que, de repente, unia num simples evento pessoas com um gosto em comum. Um simples prazer, que deixa em todos um sorriso óbvio de satisfação: correr! Refletindo sobre isto, recordo que passei os últimos anos a correr. E desde que comecei a correr, mudei muito. Mudei para melhor, tanto a nível profissional como pessoal. Mas isso não aconteceu por causa da corrida. Aconteceu porque comecei a ir mais em busca daquilo que me fazia sentido, e menos daquilo que nos impõem todos os dias. Dediquei-me à corrida, sim, primeiro em distâncias curtas, depois maiores, e depois mais altas. (Re)descobri a natureza. E com ela descobri a montanha. Voltei a estudar, desta vez em desporto (a cédula profissional está quase a chegar). E, muito recentemente, acalmei as corridas e comecei a dedicar-me mais à montanha. Eu e quem me acompanha nesta existência. Para usufruir ainda mais daquilo que me rodeia. Correr, tal como nadar, ou qualquer outra forma de exercício que nos leve a lutar pelos nossos objetivos, ajudou a trazer para o meu lado consciente um paralelismo interessante com a vida do dia a dia. Ajudou a formar um processo em que, no desporto, tal como na vida pessoal ou profissional, temos que fazer mais vezes as coisas que nos fazem sentir felizes. Aquelas coisas que nos saem do coração e nos deixam realizados, arrancando sorrisos. Quer isto dizer que, com isto, tenho vindo a descobrir aquilo que mais gosto de fazer. E como mais gosto de Ser! Já não tenho muita paciência nem tempo para desperdiçar com coisas que me dizem pouco. É um processo que se aprende, que não tem uma fórmula mágica, mas que, na sua essência, até é simples de ser vivido. Sim, é simples ser feliz. E, com isto, também é simples perceber o que quero ser quando for grande. Assim sendo, bem vindos sejam os sorrisos! :)