Ter | 14.05.13
Este desporto que nos une!
José Guimarães
Estes últimos dias têm sido verdadeiramente de loucos. Alguns de vocês mais próximos de mim no dia-a-dia já sabem que, de um momento para o outro, passei de desempregado de longa duração para alguém sem muito tempo disponível. Primeiro foram os projetos no marketing e logo depois as formações, que felizmente têm corrido bem. E há uns dias ainda apareceu o convite para trabalhar na Pro Runner, no Parque das Nações. No meio de tudo isto, os treinos intensificaram-se da malta do ginásio ninguém tem descanso! Ainda para mais agora que treinamos para os triatlos. Portanto, além do sedentário se ter tornado maratonista e agora estar novamente um pouco sedentário (o trabalho "online" tem destas coisas), também começou a fazer natação... e só não pedala porque não tem bicicleta (para já só pedalo na bicicleta do ginásio), mas isso também é algo que tem de mudar. Resumindo, foram duas semanas sem descanso em nenhuma frente. E para já as corridas continuam, dessas mas não só. Este fim de semana tive amigos a correr em todo o lado, em Portugal e em Espanha. Uns foram fazer os 101 km de Ronda, outros estiveram no Iberman no Algarve, entre Vila Real de Santo António e Ayamonte. Outros ainda (eu incluído) encontrei-os na Corrida do Fórum Montijo, onde fui no passado domingo com pessoal aqui da loja e das TAF. Já não fazia uma corrida de 10 km desde a estafeta do Triatlo do Estoril, na pista de sobe e desce montada nos jardins do Casino do Estoril. Como correu bem? Muito bem até! O ambiente de muita festa junto ao Fórum Montijo animava um mar de gente a perder de vista, com muita motivação e vontade de aproveitar uma bonita manhã de domingo de forma diferente e saudável. Um dos meus objetivos era trazer algum pessoal aqui da loja de volta para o ambiente das corridas, altamente viciante e motivador, mas até que foram eles quem mais me motivaram para ir, já que os últimos treinos têm-me feito chegar ao fim de semana sem muita força para me levantar cedo e ir correr. Custa combater a inércia inicial, como sabemos, mas depois, no final ficamos sempre um gostinho especial na boca e um sorriso no rosto. É inevitável! A Carolina e a Andreia impuseram o seu ritmo de prova calmo e certinho logo desde início. Acompanhei-as nos dois primeiros quilómetros, saltitando entre uma e outra para ter a certeza que estava tudo bem e entretanto arranquei à procura da Teresa, que não sabia onde estava (mas sabia que estava por ali). E como é a pessoa do grupo que mais corre, supostamente estaria num qualquer pelotão mais para a frente da prova. Mal eu sabia que se tinha atrasado na partida e tinha ficado para trás. Conclusão: encontrei toda a gente, menos a Teresa, que me fez correr desalmadamente e afinal chegou uns 20 minutos depois de mim. Tiradas as fotos de família (obrigado à Sandra e ao Bruno da Correr Lisboa), rumei a casa para saber novidades dos restantes aventureiros. O Quina ainda devia estar a dormir em Espanha, porque ninguém sabia dele, mas as redes sociais já fervilhavam com notícias e fotos das restantes provas por esse país fora. E com muita curiosidade troquei as primeiras impressões com o Luís, que acabava de participar no Iberman, a prova ibérica que contou nesta edição com a distância half-ironman, mas pretende realizar no dia 5 de Outubro a primeira prova de distância Ironman. O relato detalhado, esse, deixo-o para o Luís, mas as impressões que já trocámos e os conselhos foram mais do que úteis. Obrigado Luís pelo detalhe e pela tua paciência... e pela tua inspiração! A ver vamos o que farei no dia 5 de Outubro... pode ser que até lá ganhe o Euro Milhões ou algo assim! Foi um fim de semana recheado de emoções para todos. E entretanto já cá estamos de novo a trabalhar... e a treinar. Independentemente do que fazem ou deixam de fazer, o mais positivo foi sentir que somos tantos (ou tantas minorias) e tão ligados a isto de praticar desporto, que onde quer que estejamos é inevitável sentirmos que temos que partilhar algo com outros, seja aquela foto, aquele pensamento, aquele arrepio quando se conseguiu chegar ao fim ou aquela lição que se levará connosco até à próxima tentativa. É bonito sentir que à parte de tudo o que de pior se passa no nosso país e no resto do mundo, sejam crises, tiroteios ou atentados sem sentido, a raça humana ainda vai mantendo as ligações que importam e que nos fazem verdadeiramente sentido. Para mim, estas ligações que o desporto cria fazem-me todo o sentido! E já provaram que estão para ficar.