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Ex-Sedentário - José Guimarães

A motivação também se treina!

14.10.12

O último treino longo


José Guimarães
Hoje foi dia do último treino longo. Quero dizer, o último treino longo antes da prova longa. Quer queira, quer não, a minha cabeça já só pensa nisso. Na duração da prova, como estará o tempo, no equipamento que vou usar, nos alimentos que vou ingerir. E sobre estes últimos, o treino longo que fiz esta manhã serviu também para fazer mais algumas experiências gastronómicas sugeridas pela Filipa. Algumas correram bem, outras nem por isso. Mas para isso mesmo é que servem as experiências. Antes correrem mal agora que durante os 166 km da prova. desedentarioamaratonista-parquedasnacoes-treino

O percurso do treino

O treino consistiu em 32 km feitos em duas etapas. O objetivo era fazer uma paragem um pouco depois dos 20 km para poder experimentar uma alimentação especial e testar a recetividade do organismo durante a 2ª parte do percurso. desedentarioamaratonista-percurso-treinoSaí da Penha de França pelas 7h30 (hora bonita em que dá para apanhar o nascer do sol) em direção à Alameda, para apanhar a Avenida de Roma e percorrê-la até à Avenida do Brasil. Daí apanhei uma ciclovia que, se ainda não conhecem, recomendo! É um percurso bem marcado e que se pode percorrer desde Benfica, passando pelo Campo Grande, Rotunda do Relógio, até ao Parque das Nações. Esta pelo menos foi a parte que já tive oportunidade de fazer e achei uma boa alternativa para quem quer fazer uns quilómetros na cidade, sem ter grandes chatices com o trânsito. Descendo a Avenida do Brasil e depois de um "pit-stop" na Repsol da rotunda do relógio, continuei pelos Olivais até Moscavide, para chegar rapidamente ao Parque Tejo. Aí dei a volta e mantive-me sempre junto ao rio até à zona de Sta. Apolónia, onde subi novamente até à Penha de França para experimentar a canja de galinha desidratada que a Inês tinha preparado. Abastecido, desci novamente até Sta. Apolónia, onde me cruzei com o Eduardo Santos do Mundo da Corrida, também no seu treino matinal. Um abraço amigo! Como me restavam poucos quilómetros até à conclusão dos 30 km planeados para esta manhã, mas ainda me apetecia meter umas subidas nas pernas, no Cais do Sodré optei por subir até ao Príncipe Real e daí descer até ao Marquês de Pombal, subir a Avenida Duque de Loulé, passar pelos Anjos, novamente subir até à Penha de França e... puf, puf!!!... casa...

A alimentação durante o treino

Nada de especial, mas tudo de novo. Nada de especial porque baseei-me em coisas que gosto e que o corpo está habituado a ingerir e que, em situação de fome, agradece. Tudo de novo porque comer umas massas desidratadas não são propriamente a mesma coisa que comer um prato de um delicioso esparguete preparado com preceito. Passo a explicar que estas opções de comida desidratada devem-se ao facto da organização proporcionar pontos com água a ferver para os atletas prepararem as suas próprias refeições. desedentarioamaratonista-comidas-treinoAo pequeno almoço comi uma fatia de pão com um bocado de marmelada e depois experimentei comer uma massa desidratada, preparada somente com água a ferver. Confesso que, apesar de pessoalmente eu adorar este tipo de massas chinesas, a opção não foi a melhor. Pelo que vi, o problema está, não na massa (aquelas de ovo), mas na saqueta dos temperos que as acompanha e que, dizem as instruções, se deve adicionar juntamente com a água a ferver. Ainda experimentei um pouco desse tempero, mas aquele travo de especiarias meio picante fizeram-me recuar e só comer a massa, sem mais nada, só uma pitada de sal. Saindo para correr, munido do cinto com as duas garrafas, uma com água e outra com bebida isotónica, não precisei de mais alimento durante a primeira parte do percurso, a qual durou aproximadamente 2 horas para uma distância de 22 km. Chegado a casa após essa primeira distância, o plano era experimentar comer a canja de galinha desidratada e ver se caía bem no estômago (era do Pingo Doce e tinha pouca massa), mas como tinha pouca massa e muita gordura, preferi optar pelo puré de batata feito ontem, ao qual juntei um pouco do caldo e da massa da canja. Assim sim, hidratos de carbono suficientes que não pesaram em nada no estômago e me permitiram continuar o percurso o qual durou mais cerca de 10 km, até aos 32 km.

Moral da história

A prova são 166 km, no entanto algo facilitada porque ao km 83 passa-se pelo local da partida, o que permite aos atletas deixarem equipamento para trocar e os seus alimentos para preparar e comer. Vou tentar levar algumas batatas doces já cozidas, porque resultam bem como hidratos e são muito gulosas. Depois um pacote de esparguete à bolonhesa deve resultar lá para meio da prova (que sempre me deram muito jeito no campismo e fica... hmmm, delicioso!!!) e a massa da canja de galinha já pré-cozida também deve dar para carregar. Se precisar basta adicionar um pouco de água a ferver e ficará pronta a comer. Bem me lembro daquela pratada de canja de galinha da Serra da Freita... acho que foi isso que me deu energias para chegar ao fim inteiro. Isso e um cafézinho muito bem servido antes de voltar à prova ;) Adicionalmente também me farei acompanhar das saquetas de gel, barrinhas energéticas e sal, ou até das belas das saquetas de Redrate, há uns tempos recomendadas pelo meu amigo Hugo Santos, durante um treino na Carregueira. Tirando isto, nada que uma boa dose de boa disposição e de companheirismo entre todos os portugueses que vão participar na prova não consiga ultrapassar ;) Vai ser um desafio bonito e cá estarei para contar a história. Agora falta levar a semana com calma, correr os poucos quilómetros do plano de treino e conquistar mais este objetivo. Depois haverá mais... desedentarioamaratonista-olivais-treinoDestaque para o bonito que é cruzar-me no meio da cidade às 7h30 com outros corredores que, de sorriso no rosto, nos cumprimentam com um saudável "bom dia!". Isto de correr tem mesmo que se lhe diga...