Sex | 31.05.13
Onde está a felicidade?
José Guimarães
Este mês partilho convosco pensamentos muito positivos e nutritivos para corpo e alma a outro nível daquele que é habitual. Recentemente o espaço Ana Carolina Soares - Saúde, Nutrição e Equilíbrio acolheu mais uma área que vínhamos a sentir necessidade de contemplar: a Psicologia/Psicoterapia. Não se trata de vos impingir aqui nada. Gostava apenas de partilhar algumas ideias da Dra. Sofia Monteiro sobre... felicidade! Imagino que frequentemente se tenham detido a procurar a chave que abre as portas a uma vida mais feliz pensando ter que desenvolver capacidades fantásticas quando, afinal de contas, só precisamos de afinar o modo como as usamos para que a vida seja vida, seja crescimento. São inúmeras as áreas em que almejamos ser felizes. No amor, na família, no trabalho e serão também inúmeras as vezes em que as rotinas ocupam um espaço mental que nos retira a energia necessária para mudar hábitos e evoluir positivamente na criação de um mundo “nosso” mais aprazível, onde apeteça mais morar. A felicidade resulta de muitos fatores que funcionam como combustíveis, e em competências que todos nós possuímos. Existem formas de oxigenar o nosso sistema de felicidade, que são fáceis e acessíveis a todos, pois ferramentas como a criatividade, otimismo e empenho são baratas e estão disponíveis imediatamente. A decisão de mudança para melhor, mediante os projetos que temos e a satisfação que pretendemos alcançar, é o momento de viragem. Um excelente exemplo para quem quer aprofundar este assunto é o projeto Action for Hapiness, que procura ajudar as pessoas a serem mais felizes a partir de 10 chaves. Vale a pena espreitar o site onde o lema não podia ser claro: “let's put the things that matter first”! Todo o processo que proporciona momentos felizes, mais calmos e serenos trará inevitavelmente resultados de sucesso, experiências de superação, novidades acerca de nós e que delineará novos limites do nosso mundo interno – que, com certeza, se tornará um lugar mais aprazível, acolhedor e potenciador de novas e gratificantes vivências. Ser feliz é um passo que se dá na direção das NOSSAS prioridades, da NOSSA essência. É um processo. Pode exigir um maior ou menor dispêndio de energia, conforme seja a personalidade, a história de vida e as ambições que cada um transporta e alimenta, respetivamente. Se procura sentir-se melhor, se pretende adotar uma perspetiva positiva e trabalhar para a mudança, tente adotar algumas das dicas que lhe deixamos: - Aproveitar os momentos - a felicidade resulta dos atos quotidianos e da forma como a cultivamos. Vem de pessoas e experiências que nos reportam para sentimentos de segurança e constituem “portos de abrigo”. Quanto mais disfrutarmos cada momento, mais “tesouros” teremos acumulados para revisitar, sempre que o medo ou o stress nos deixem mais desanimados. - Escolher quem nos rodeia - no nosso mundo existem sempre interferências que retiram estabilidade emocional e que frequentemente afastam a sensação de alegria. E há momentos em que nos sentimos mais sozinhos e em que se torna difícil suportar a angústia. Devemos, então, tentar identificar quem são os elementos que nos proporcionam maior bem-estar, privilegiar a sua companhia e adaptar os seus exemplos de práticas bem-sucedidas. - Aprender a viver no aqui e no agora – assumindo que a felicidade não é um continuum, mas que as alegrias cumulativamente vão aumentando a felicidade. Tentando perceber que as fases da vida em que infelicidade foi predominante, funcionaram como amadurecimento e preparação de novos projetos e proporcionaram mudanças de atitude benéficas. - Não visitar o passado- a maioria das pessoas que se sente mais feliz cultiva o hábito de não relembrar o que correu mal no passado e perdoa aqueles que de alguma forma influenciaram negativamente as suas vidas. Uma história de vida recheada de episódios simples e felizes, de experiências de sucesso, de pessoas diferentes e marcantes, ajudam na construção da sensação de bem-estar e de riqueza emocional. - Ser simpático – segundo dados científicos, a simpatia, quando aplicada nos diversos contextos, produz feedback, fazendo com que as pessoas que nos rodeiam tenham vontade de retribuir com atos e comportamentos positivos. Aumentando o número de relações e fortalecendo laços, incrementamos a qualidade de vida no seio familiar, no trabalho e noutras esferas. - Sentir otimismo – relativamente aos problemas que surgem no quotidiano, aproveitêmo-los para produzir mudança, se possível, impregnando-a com a sua vontade e criatividade. Disfrute a viagem como treino, para viver no presente. Em simultâneo, deve planear e traçar objetivos claros e práticos, para que a mudança seja vivida com o mínimo de ansiedade e com o máximo de realização! Quando falo sobre este tema lembro-me sempre do Dr António Coimbra de Matos, psicanalista de renome no nosso país considerado um otimista nato - partilho aqui uma das entrevistas que mais me tocou. Em tom de brinde: ao início de uma jornada feliz e frutífera, convidamo-lo(a) a partilhar experiências, alterar padrões e aumentar os seus “níveis” de FELICIDADE! Sofia Monteiro - Psicóloga clínica ACS