Não se deixem iludir pela chuva que vai caindo nestes dias. Estamos em Junho e estamos também a chegar à época mais quente do ano, portanto é imprescindível protegermos a nossa pele do sol. Para quem corre, esta proteção deve ser ainda mais cuidada, devido à grande quantidade de horas que são passadas no exterior. A radiação ultravioleta que nos chega vinda do sol e que afeta a pele humana é composta por raios UVA e UVB. Em 90% dos casos, as queimaduras solares são causadas por uma sobre-exposição a estes últimos, sendo que as restantes 10% são atribuídas aos raios UVA, mais penetrantes. A exposição é maior nas horas centrais do dia, principalmente entre as 11 horas da manhã e as 16 horas da tarde. Esta exposição é maior em locais mais próximos do equador (como a ilha da Madeira), durante os meses de verão e quando estamos em altitudes mais elevadas. A exposição aos raios solares aumenta aproximadamente 10% por cada 400m de altitude. A isto há que juntar os outros fatores que podem aumentar o nível dos raios, como a superfície da água ou a neve. A toma de alguns medicamentos comuns, como os antibióticos e outros menos comuns, como os diuréticos, podem aumentar a nossa sensibilidade face a estas radiações. Nos desportos de exterior, como o trail running, torna-se perfeitamente normal que nos meses de verão muitos corredores sofram queimaduras por exposição aos raios solares. Os sintomas incluem dor na zona afetada, alteração da cor e, em alguns caso, o aparecimento de bolhas na zona exposta ao sol. Estas queimaduras podem trazer consigo uma série de complicações, como o aumento da permeabilidade da pele, tornando o corredor mais propenso à desidratação, pelo que será importantíssimo mantermo-nos bem hidratados, principalmente se a atividade se prolongar por mais tempo, mesmo depois de localizarmos uma queimadura solar. E cuidado com as bolhas, porque podem mesmo chegar a infetar.
E como tratar queimaduras solares?
O tratamento que se relevou ser mais eficaz para combater este tipo de queimaduras são os anti-inflamatórios não esteróides, que se mostram mais eficazes na redução da cor avermelhada da pele, nas 24 horas posteriores ao aparecimento da queimadura, além de ajudar na diminuição da dor. O aloé é outro elemento que nos pode ajudar a reduzir a dor, mas não para uma cura mais rápida ou eficaz.
Mais vale prevenir...
Como forma de prevenção é importante a utilização de roupa que nos proporcione alguma proteção contra o sol, que normalmente estão etiquetadas como sendo protetoras para a pele. Também devemos usar cremes protetores solares, que são eficazes de duas formas: ou absorvendo os raios solares, ou refletindo-os. Quanto maior for o fator de proteção, mais eficaz será a proteção contra as queimaduras solares. É necessário algum tempo de exposição para que a pele chegue a sofrer queimaduras. Essa proteção natural é dada por uma série de pigmentos que existem na pele. O fator de proteção é um múltiplo desse tempo de proteção, ou seja, um fator de proteção 15 significa que é necessário 15 vezes mais tempo para nos queimarmos com esse creme, face a uma pele sem proteção. De grosso modo, um fator 4 protege-nos de 75% dos raios ultravioletas. um fator 15 protege-nos de 93% e um fator 30 cerca de 97%. Cremes com fator maior que 30 não oferecem muito mais proteção, apesar do preço ser mais elevado e de algumas pessoas com peles mais sensíveis dizerem que saem beneficiadas destes fatores extras. Os cremes de espectro mais amplo conseguem proteger tanto contra os raios UVA como UVB. Normalmente, os cremes demoram um certo tempo a atuar, por isso é necessário aplicá-los na pele seca e entre 10 a 30 minutos antes da exposição ao sol, bem como repô-los adequadamente, conforme o nível de transpiração. Por isso os corredores devem ser mais consistentes na hora de voltar a aplicar creme protetor, numa periodicidade de uma ou duas horas. Fonte: Carreras por Montaña