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Ex-Sedentário - José Guimarães

A motivação também se treina!

20.03.17

Reflexões depois de uma meia maratona


José Guimarães
Ontem fiz a minha primeira prova do ano. A convite da TomTom (marca de relógios de desporto, da qual sou um orgulhoso embaixador), participei na EDP Meia Maratona de Lisboa, prova que incluí no meu plano de treinos, rumo ao meu grande objetivo do ano, que é a participação(e conclusão) no meu primeiro Ironman, no dia 20 de agosto de 2017. Antes de mais, qual o sentido de incluir uma prova num plano de treinos? Se a distância, o tempo previsto do treino, ou mesmo as características daquela prova forem semelhantes ao que iriam fazer no treino, porque não? Além de tudo isto, treinar o ambiente de prova é ainda mais uma vantagem que não se deve desperdiçar. Mas lembrem-se que cada indivíduo é um caso único e, o que pode resultar para mim, pode não resultar para outra pessoa. Fui para a Meia Maratona de Lisboa com um objetivo muito concreto: correr no ritmo da maratona do Ironman, sempre que possível com a frequência cardíaca entre os 140/150 bpm na primeira metade e os 150/160 bpm na segunda metade da prova. Como podem ver, objetivo cumprido: tomtom_meiamaratonalisboa_cardio Como se consegue isto? Aplicando a velha máxima que diz: "começar como um velho, acabar como novo!" O ritmo (pace) foi sempre bem gerido, atravessando a ponte a cerca de 6'/km, progredindo nos primeiros 10km até perto dos 5'/km e, a partir daí, esticar um pouco mais até aos 16km, puxando livremente (mas sem exageros desnecessários) nos últimos 5km até à meta. Note-se que nesta reta final ainda tive tempo para abraçar um amigo, e levar durante umas centenas de metros o carrinho da filha do Carlos Lopes, mas parece que não causaram mossa: tomtom_meiamaratonalisboa_pace A partir daqui, o segundo objetivo era fazer a gestão da hidratação/nutrição ao longo da prova. Penso que também aqui cumpri o objetivo, até porque, com o calorzinho bom que estava, consumi 500ml de bebida isotónica e um gel energético aos 10km (onde usei um gole de água do staff, para limpar a boca do sabor do gel). Concluindo, depois de um sábado com treino de natação e de bicicleta em Setúbal, com a minha equipa do Oriental Triatlo, ontem fiz a prova que queria, no ritmo e com as sensações que queria e, com isto, fiquei um bocadinho mais confiante para conquistar o meu objetivo deste ano. Com tudo isto, não podia acabar sem deixar um alerta, dirigido a todos os que gostam muito de correr e que, por gostarem muito, o gostariam de fazer com saúde e com a melhor performance possível. A estes, deixo um momento de reflexão para a importância de se treinar de forma específica para as corridas que queremos conquistar. É que treinar para uma meia maratona (ou mais), significa treinar não só as pernas, mas também (e acima de tudo) a cabeça. Uma corrida de 21km é diferente de uma corrida de 10km. E uma corrida de 21km é diferente de uma de 42km. E por aí fora! E ainda vi muitos corredores a esticar o ritmo de forma alucinante no início da prova, a fazer gincanas impossíveis para ultrapassar uns e outros, ainda no tabuleiro da ponte, como se a prova acabasse uns metros à frente. Alguns quilómetros mais tarde, muitos destes corredores, ou já tinham esgotado todas as suas energias, ou as dores e as cãimbras já tinham ditado a sua sentença e nem correr conseguiam mais. Não há necessidade. Eu sei que custa um pouco contermo-nos, quando vemos os nossos amigos passar lá para a frente. Mas façam as coisas com cabeça e garanto-vos que não só vão concluir os vossos desafios com melhores resultados, como no dia seguinte ainda vão poder fazer aquela corrida de meia horinha, só para tirar o ácido lático... enquanto que os vossos amigos "aceleras" mal vão conseguir chegar ao trabalho ;) Não se trata só de começar, mas principalmente de chegar ao fim! Dicas e sugestões (e infos para treino personalizado), escrevam tudo nos comentários mais abaixo, ou enviem para info@desedentarioamaratonista.com