Review às minhas palmilhas personalizadas
Na semana passada fui finalmente buscar as minhas palmilhas à Core Clinic. Na primeira consulta de podologia, depois de me observarem a caminhar e a correr e de me fazerem alguns testes à forma como o meu pé pisa no chão, fizeram-me um molde da planta do meu pé. O objetivo? Criar umas palmilhas feitas à medida de cada um dos meus pés. Já as tenho e já as experimentei o suficiente para partilhar aqui as primeiras impressões.
Como são e para que servem umas palmilhas personalizadas?
Não há muito segredo. Os meus pés pisam no chão de uma forma diferente dos vossos pés. É tudo consequência do tamanho, do formato, da estrutura e dos vícios adquiridos por cada um (dos pés), ao longo de tantos anos e de tantos sapatos. Se tomarmos o exemplo de uma corrida de 10 km e supondo que um passo tem aproximadamente 1 metro, isso significa que durante esses 10 km vamos dar 10.000 passos. Quer dizer que os nossos pés vão pisar no chão 10.000 vezes (5.000 vezes cada um). Vão ter de suportar a carga do nosso corpo 10.000 vezes. Imaginem o esforço que é para um pé neutro (aquele que pisa no chão de uma forma natural e simétrica) e imaginem o que será para um pé com algum daqueles vícios que falei há pouco... como os meus pés: pronadores.
Vejam mais informação sobre os tipos de passada e tipos de sapatos, no artigo Equipamento: os ténis de corrida
Como a planta do nosso pé tem umas zonas mais pronunciadas do que outras (ossos muito expostos e arcadas mais protegidas), o ideal seria podermos correr com os pés metidos nuns sapatos que tivessem o formato da planta de cada um dos pés, para maximizar o conforto quando estes pisam no chão, em cada passada. Mas claro que isso não existe (que eu saiba). E é aqui mesmo que entram as palmilhas personalizadas.
As palmilhas personalizadas são feitas com base no molde da planta de cada um dos nossos pés, por forma a que, depois de substituirmos as palmilhas originais de um sapato de corrida por estas, os pés pisem no chão com o apoio exato que cada um deles necessita, nem mais, nem menos. É tudo feito à medida, conforme as necessidades e formato da planta de cada pé. É mais ou menos como os bancos dos carros de Fórmula 1: por muito que os carros sejam iguais uns aos outros, os bancos são feitos a partir do molde do corpo do piloto que o conduz. Ao início estranha-se um pouco, confesso. Mas depois dos primeiros minutos, acabamos por perceber que aquela sensação de ter algo a mais debaixo do pé (eu noto particularmente nas zonas mais côncavas do pé, como a arcada plantar) até nos devolve algum conforto, permitindo ainda alguma correção na forma como o pé pisa no chão. Quando trabalhado de forma consciente, podemos inclusive aproveitar esse apoio e as sensações que nos transmite, para corrigir cada passada e optimizar o processo de corrida.
Há quem diga que isto tira um pouco da naturalidade do processo de correr. Há quem defenda que essa passada de corrida deva ser o mais natural possível, descalço até, sendo mesmo a que mais devemos trabalhar. Em parte eu não contrario isto. Aprendi muito a fazer alguns treinos curtos de corrida na praia, descalço. Permitiu-me, entre outras coisas, perceber como piso no chão, detectar algumas falhas e tentar corrigi-las. Mas também não defendo que devemos correr com sapatos minimalistas e ponto final. Particularmente gosto muito de correr com sapatos baixos, sem qualquer tipo de suporte para pronação e de tacto mais "seco", quando em contacto com o chão. Mas habituar-me a estes sapatos foi um processo de aprendizagem gradual. E foi exatamente nuns sapatos com essas características (uns adidas adizero adios boost) que fui experimentar as sapatilhas.
Sinto que a sensação de retorno que cada passada me devolve foi potenciada ao máximo. Parece que todo o meu pé sente de forma uniforme o que faz no chão, o que me permite corrigir pequenos pormenores e nuances que fazem com que cada passada seja feita ainda com maior eficácia, logo, com menor esforço. Ainda só fiz dois treinos relativamente curtos com as palmilhas personalizadas, um de 10 km e outro de 17 km, mas já deu para perceber onde consigo tirar mais proveito das mesmas. É um processo, como disse, gradual. Mesmo assim, ainda só as experimentei em estrada. Mal posso esperar para as experimentar dentro de uns sapatos de trail.
Se já forem utilizadores de palmilhas personalizadas partilhem aqui a vossa opinião. Se quiserem saber alguma coisa mais em pormenor, deixem a pergunta nos comentários, que eu tentarei responder assim que possível.
As consultas de podologia e as palmilhas personalizadas foram feitas na Core Clinic (de segunda a sexta, das 10h-19h, e sábado das 10h-13h). Os preços são:
Consulta de podologia: 38€
Palmilhas personalizadas: 90€
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