Foto: Scalabis Night Race 2014 Por ocasião do Triatlo de Alpiarça, eu e o Bruno metemos na cabeça que iríamos de bicicleta até à barragem dos Patudos, o local da prova. No entanto, depois das contas feitas, achámos melhor jogar pelo seguro e ir de carro, já que teríamos que sair bem antes do nascer do sol para lá chegar a tempo de fazer o check-in e colocar o material na zona de transição. Mas este fim de semana fiquei convencido que talvez tivesse dado para ir de bicicleta. Afinal de contas demorei 2:30 horas para chegar do Parque das Nações a Santarém, bem menos do que estava à espera quando saí de casa. E Alpiarça é logo ali ao lado.
O treino de bicicleta
Quando me inscrevi para ir à Scalabis Night Race meti na cabeça que haveria de ir de bicicleta. A prova era de 10 km, portanto parecia-me bem juntar a isso um treino de bicicleta antes. Até pensava que Santarém ficasse mais longe, mas como podem ver no registo do TomTom, pela N3 são cerca de 70km de distância, que se fazem sempre por estradas boas, sem buracos, sem muito trânsito (mesmo a um sábado), condições ideais para pedalar. Desde que comprei a bicicleta que adoptei a zona a norte de Lisboa como uma das preferidas para treinar. As estradas são - regra geral - de boa qualidade, quase sempre com bermas largas, o que dá para nos afastarmos em segurança do pouco trânsito que por ali circula. Além disso, encontramos quase sempre mais pessoal a treinar de bicicleta, com quem podemos trocar um cumprimento cúmplice, ou até andar um pouco na roda. Nunca tinha pedalado pela N3 nesta zona, mas fica prometido que irei regressar (quem se quiser juntar, será só uma questão de combinarmos). Apesar do percurso ter sido feito de uma tirada só e sem problemas, foi dificultado por uma constante: o vento norte. Que já era de esperar. Afinal de contas é o vento predominante ao final do dia, que não se faz sentir tanto ou nada de manhã. E se já se sentia o vento depois das 15 horas (hora a que saí de casa), na chegada a Santarém mal conseguia pedalar a mais de 25 km/h, tais eram as rajadas que sopravam de frente e me faziam queimar as pernas nos últimos quilómetros. Depois do Vale de Santarém e para rematar o percurso da melhor forma, nada melhor do que uma longa subida antes da entrada na cidade, com aproximadamente 100m de desnível em menos de 3 km, até chegar à Praça da Liberdade, onde estava montada a festa da corrida.
A corrida... e os brindes
Como cheguei antes das 18:00 horas a Santarém, ainda pude ver as corridas da Carolina e do João, que foram fazer a McDonalds Kids Race, em 2 km e 3 km. Provas bem competitivas, por sinal. É bonito ver o nível de competitividade que os mais novos já colocam em cima destas distâncias... e o que vibram com isto! Depois do final das provas dos miúdos, ainda tivemos cerca de 1 hora e meia para equipar e retemperar forças, até à hora da partida da prova principal, que seria lá pelas 21 horas. Ora como a inscrição dava direito a 2 bifanas, 1 bebida e 1 pampilho para cada pessoa, claro está que escolhemos aquilo que mais alimento iria proporcionar: as bifanas. E aí estava o primeiro brinde... Mas está mais do que visto que já não consigo comer coisas destas. Ou pelo menos comê-las e depois ir correr. Tinham decorrido apenas uns 15 minutos de prova quando eu e a Inês já andávamos com "o porco" às voltas na barriga, a provocar um mal estar danado, daqueles que apetecia tudo menos estar ali a correr! E nem o copinho de vinho aos 2,5 km de prova ajudou (é verdade, vinho num abastecimento, calculem!!!). É no que dá só comer coisas saudáveis... depois abusa-se e é isto! Mas mesmo assim soubemos aproveitar o bonito percurso pelas ruas da cidade de Santarém. Muito nos divertimos nos restantes quilómetros que faltavam até chegarmos ao fim e nem a queda (com direito a joelho esfolado) da Inês deixou que a festa da corrida noturna em Santarém fosse menor. O ponto alto do percurso - a meu ver - esteve na passagem pelo interior do quartel, de onde Salgueiro Maia, no dia 25 de Abril de 1974 saiu com a coluna de blindados rumo a Lisboa, onde montou cerco aos ministérios do Terreiro do Paço. Já depois do final da prova, tempo ainda um último brinde, este bem típico da zona: o famoso pampilho, uma deliciosa bomba de açúcar, cheia de doce de ovos e canela, para retemperar as forças no final de um dia bem preenchido, antes do regresso a casa. Em jeitos de conclusão, parabéns a todos os elementos da organização e aos presentes - mesmo os que não correram - por proporcionarem a todos os participantes uma prova muito divertida e que trará certamente muitos mais atletas no próximo ano. E um obrigado especial ao "staff" lá de casa, por me levarem o equipamento de corrida enquanto eu ia a pedalar pela nacional fora e pelo apoio e sorrisos que têm sempre prontos, também nestes treinos um pouco "fora da caixa". Quanto a mim, ficam prometidos alguns regressos de bicicleta a Santarém, já com o Lisboa Triathlon bem perto e em modo de acumular força nas pernas rumo ao UTMB.