Seg | 01.07.13
Suplementar ou não suplementar: eis a questão
José Guimarães
O José tem comentado que muitos de vós têm especial interesse no tema dos nutracêuticos, vulgarmente chamados suplementos alimentares, tema que já referiu aqui no site. Quem mais beneficia e quais riscos associados costumam ser as perguntas que mais ouço. Vamos portanto aprofundar este tema. Teoricamente uma alimentação equilibrada e diversificada contém quantidades suficientes de todas as vitaminas e minerais, para suprir as nossas necessidades diárias. Como imaginam, a seguir a uma frase iniciada por “teoricamente”, vem um “mas”... Há casos específicos em que se justifica a utilização de um suplemento vitamínico/mineral, como por exemplo em: - pessoas com uma alimentação desequilibrada;
- idosos (já noutro artigo que escrevi para a revista A Família Portuguesa);
- praticantes de uma alimentação vegetariana que exclua todos os produtos de origem animal (têm normalmente carências em vitamina B12, ferro e calciferol, e devido à elevada ingestão de fibra alimentar, diminuem a absorção intestinal de algumas vitaminas e minerais);
- períodos específicos de necessidades acrescidas, como sejam: gravidez, amamentação e infância;
- pessoas que tomam determinados medicamentos que podem diminuir a absorção de vitaminas;
- pessoas que sofram de uma patologia específica, ou que tenham traumatismos graves, ou que tenham sido submetidas a uma grande cirurgia;
- pessoas que são alimentadas por via intravenosa, ou por intubação nasogástrica;
- pessoas em regimes de emagrecimento (hipocalóricos) durante vários meses (ou mesmo anos), têm frequentemente carências em vitaminas e minerais;
- atletas – aqui considero atividade física intensa de pelo menos 4 horas por dia - que necessitem de aportes calóricos elevados (superiores a 4500 Kcal), pois para atingirem estes valores, comem, geralmente, muitos alimentos refinados e ricos em glúcidos de baixo índice glicémico (pobres em vitaminas e sais minerais). Deste modo, o aporte de vitaminas e sais minerais nem sempre é diretamente proporcional ao aporte calórico total do atleta. Podem existir necessidades acrescidas devido ao aumento da sua eliminação no suor, urina, fezes e por adaptação bioquímica ao próprio exercício físico.