Treinar com o coração
Ao contrário do que possa parecer, este não é nem um artigo fofinho, nem inspiracional :) Este é um artigo sobre tecnologia. Quero falar sobre algo que já procurava há algum tempo e que, finalmente, parece que encontrei: um equipamento fiável para treinar com o coração, isto é, para treinar com a monitorização da frequência cardíaca. E sim, para que não restem dúvidas, estou mesmo a dizer que o TICKR Heart Rate Monitor da Wahoo é dos equipamentos mais fiáveis que já experimentei (pelo menos q.b.).
Alguns meses em confinamento fizeram com que uma série de equipamentos de treino fossem esgotando nas prateleiras dos vários fornecedores de equipamento de desporto, ficando muitos produtos indisponíveis para encomendas a curto prazo. Felizmente as coisas vão normalizando e já se conseguem comprar algumas coisas indispensáveis para um treino um pouco mais "científico".
Aproveitando este (lento) regresso à normalidade, e muito tempo depois de ter andado às cabeçadas com a falta de exatidão dos leitores de pulso nos relógios e algo insatisfeito com a minha atual banda cardio (tantos treinos no rolo que perdi metade da eficácia, pela falta de uma medição correta dos BPM), decidi comprar a versão base dos monitores de frequência cardíaca da Wahoo: o TICKR Heart Rate Monitor.
Depois de o tirar da caixa e seguir as indicações no "quick start guide", demorei 5 minutos até ter a APP instalada no telemóvel e a cinta presa no peito, com o firmware atualizado para a versão mais recente (atualização feita automaticamente, assim que emparelhei o aparelho com a app no telemóvel). A primeira surpresa e grande diferença em relação aos equipamentos que estava habituado a utilizar é que o sensor (o TICKR) utiliza um sistema de leds para nos dar logo ali alguma informação: uma luz azul para monitorizar a conexão com o equipamento (um telemóvel, ou relógio ou outro) e uma luz vermelha que pisca a cada batimento cardíaco. Assim que coloquei a banda ao peito, o led vermelho começou de imediato no "pisca-pisca". E assim que dei início à atividade (corrida) no meu relógio, a ligação deu sinal no led azul e monitorização dos BPM iniciou sem demoras.
Outra característica muito interessante e útil é o facto deste TICKR suportar até 3 ligações bluetooth, permitindo ligar a um relógio, a um computador de bicicleta e a uma app no telemóvel, por exemplo. Também suporta o parâmetro ANT+, o que permite alargar o leque de opções de conexão.
Ao nível da utilização, a cinta é confortável, sendo que se prende ao sensor com dois "botões" de encaixe, um de cada lado, o que faz com que colocar e tirar o sensor não constitua trabalho absolutamente nenhum. É passar a cinta à volta do peito, prender de um lado e do outro - "click, click" - e já está.
E mesmo depois destes agradáveis primeiros contactos, o melhor da festa estava mesmo para vir durante a corrida ao entardecer (sigam o link para ver a atividade no Strava). Comecei os primeiros metros a caminhar, mas assim que comecei a correr, comecei logo a ver no relógio a minha frequência cardíaca a aumentar. (escusado será dizer que passei o treino todo a olhar para o relógio...) Ao mais pequeno abuso, quer no ritmo, quer numa subida, quer propositadamente na alteração da cadência e ritmo de respiração, assim se refletia a frequência cardíaca medida pelo sensor. E é isto, não há muito mais para dizer, de facto.
O que se quer de um sensor cardio é que (1º) nunca perca a frequência cardíaca, (2º) que reaja às alterações e (3º) que meça bem o ritmo cardíaco, sem registar batimentos a menos ou a mais, que era algo que me estava a chatear solenemente com os meus últimos equipamentos. E nestes requisitos mínimos, este sensor da Wahoo passou no teste com facilidade.
Este TICKR Heart Rate Monitor da Wahoo está à venda no site da marca por €49,99, existindo ainda uma versão um bocadinho superiora (e mais cara), a TICKR X, que por €79,99 permite também a monitorização das calorias gastas, a cadência da passada e também da pedalada na bicicleta, além de ter uma capacidade de memória para 50 horas de registos, o que permite treinar sem os preocuparmos com a sincronização com o equipamento principal. Mas para já, como não dá para testar tudo, fico-me por esta versão mais simples da coisa (se bem que fiquei curioso com isso de monitorizar a cadência na corrida, e outras coisas que parece que o TICKR X sabe fazer...).
Dito isto, vou treinar :)
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